Como se aproxima um feriado, deixo vocês com as minhas impressões sobre o livro "As Boas mulheres da China"... fica como sugestão de leitura para aqueles que não forem viajar. Um bom feriadão para todos!Um retrato dos contrates da existência humana; Essa seria a melhor definição para resumir as histórias contadas por Xinran, no livro As boas mulheres da China. A jornalista reuniu, através das entrevistas feitas com diferentes mulheres chinesas, histórias sobre as mais belas delicadezas da alma feminina, e as mais terríveis violências contra o corpo e contra alma dessas mulheres.
Digo “contrastes da existência humana” pelo fato de apesar do livro ser predominantemente sobre o universo feminino, os homens são peça chave no desenrolar das narrativas. Tanto pro bem, como no caso de Gu Da, que foi fiel ao seu amor por Jingyi até achar que amada estava morta. Ou para mal, como no caso do pai de Hongxue, que violentava a própria filha.
O livro é uma leitura forte que nos leva a fazer uma reflexão: de valores, de princípios, de posicionamento político. Xiran, que apresentava o programa de rádio Palavras na brisa noturna, aborda os temas femininos e assuntos antes considerados “tabus” na China, dando voz as mulheres que eram ouvidas pela primeira vez desde a Revolução. O programa era inovador e audacioso, principalmente porque era estritamente proibido abordar qualquer tema que o partido considerasse proibido. Algumas das histórias publicadas, não chegaram a ir pro ar no programa. Por esse motivo, para conseguir que seu livro fosse publicado, a autora precisou se mudar para Inglaterra.
Os relatos a cerca da violência física e psicológica que essas mulheres sofreram são impactantes. Bem como, a condição de subserviência que elas tinham em relação aos homens e ao Estado. Histórias como a de Hua’er, violentada aos 11 anos, por soldados vermelhos “em nome do partido”. Levando ao suicídio da mãe em seguida e a gravidez interrompida da irmã (também vítima de violência sexual).

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