
Olá pessoas que ainda acompanham esse blog,
Peço perdão pela demora nas atualizações, mas vocês devem concordar que administrar dois estágios, uma faculdade, e ainda por cima um blog, é no mínimo complicado.
Nos próximos posts tentarei passar para vocês as minhas impressões do 12º Festival de Cinema de Pernambuco – Cine PE (motivo de minha justificada ausência).
Não farei aqui uma análise crítica dos filmes (talvez de alguns, só os preferidos), mas sim um apanhado geral do que foi o festival: pontos fracos e fortes, presenças marcantes... Enfim, essas baboseiras que jornalista adora reparar.
Primeiro dia do Festival mais esperado do ano: Cine PE, em sua 12ª edição. Eu, como estudante de jornalismo, tendo pela primeira vez a missão de fazer uma cobertura do evento que, até então, acompanhava apenas como cinéfila confessa.
Chego ao Centro de Convenções com um friozinho na barriga. A iluminação, a música, as pessoas... Tudo dá ao lugar um clima diferente de festival. O Festival. Só quem é apaixonado por cinema entende a sensação de saber que vai começar a ver uma maratona de filmes que você, na maioria das vezes, por enquanto só ouviu falar.
Recife, em especial, tem uma cena muito peculiar. Já não é de hoje que o cinema local vem despontando em âmbito nacional. E nomes que costumam freqüentar as mesas de bar da noite pernambucana ganham notoriedade e respeito por executarem trabalhos primorosos.
Eu, como “foca” [1] que sou, fico na linha tênue entre a tiete e a profissional. Esse festival foi a constatação de que ainda tenho muito o que aprender até conseguir não ficar nervosa ao fazer uma entrevista com alguém que admiro.
Não me considero uma pessoa tímida, mas logo na chegada já senti uma certa “inibição” só de constatar que num mesmo campo de visão eu conseguia registrar as presenças dos diretores Daniel Bandeira, Leo Falcão e Kleber Mendonça, que ainda por cima, é um dos meu críticos preferidos.
Resolvi ir assistir os curtas, antes de começar a maratona de entrevistas. Destaques para os curtas Amanda e Monick, documentário da Paraíba e Até o sol raiá, uma animação Pernambucana (comentarei os curtas e o longa do dia no próximo post).
Voltando para as minhas “desventuras” jornalísticas, tinha que começar a fazer meu trabalho. Enquanto assistia ao último curta do dia, vi que Lenine (sim, o cantor) havia entrado no teatro por uma portinha lateral bem juntinho de onde estava sentada. De imediato pensei em entrevistá-lo durante o intervalo, e fiquei o resto da sessão pensando na melhor forma de abordagem. Sempre fico constrangida com esse tipo de situação porque acho que no fundo, no fundo, todo artista deve achar um saco ficar dando entrevista. Além do mais, morro de medo de falar alguma besteira, principalmente na frente de alguém que admiro. Mas fazer o quê se eles são artistas e eu sou jornalista. Não tem jeito! Fui dar a cara à tapa.
Esperei ele ir para a parte externa, e quando se aglomeraram meia dúzia de jornalistas me meti no meio com a cara e coragem, segurando meu mísero celular para gravar a entrevista (Ontem um amigo me disse que só tem uma coisa pior que ser jornalista, ser estudante jornalismo. Tem que fazer a entrevista na cara dura, sem credencial, sem câmera, sem nada... dependendo da boa vontade alheia). Consegui fazer três perguntas, que Lenine, super simpático e solícito, me respondeu muito calmo e sorrindente. Eu, do outro lado, mantinha um sorriso amarelo, mas tremia e suava mais que "tirador de espírito". Ai que nervoso! Minha primeira entrevista alguém importante de verdade.
Terminei, salvei o arquivo, e voltei para assistir o longa mais esperado da noite: Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife, de Léo Falcão. Assisti o filme e voltei para casa com o ego inflado e uma sensação de dever cumprido. Até pegar o celular e procurar o arquivo que deveria ter o nome de “Sonora Lenine”. Procurei em todas as pastas, no telefone, no chip... até na parte de vídeos. A gravação simplesmente desapareceu, ou melhor, eu devo ter apagado, ou feito alguma besteira no auge da minha tremedeira de principiante.
Balanço do primeiro dia, da minha primeira cobertura, da minha primeira entrevista com alguém importante: Eu não tenho nenhuma gravação! Não tenho nada guardado que comprove que eu realmente falei com Lenine. Fazer o quê? São peças que a tecnologia e a vida de principiante pregam na gente. A única coisa que eu posso fazer é contar a história. Acreditem: Eu entreviste Lenine! ;)
Peço perdão pela demora nas atualizações, mas vocês devem concordar que administrar dois estágios, uma faculdade, e ainda por cima um blog, é no mínimo complicado.
Nos próximos posts tentarei passar para vocês as minhas impressões do 12º Festival de Cinema de Pernambuco – Cine PE (motivo de minha justificada ausência).
Não farei aqui uma análise crítica dos filmes (talvez de alguns, só os preferidos), mas sim um apanhado geral do que foi o festival: pontos fracos e fortes, presenças marcantes... Enfim, essas baboseiras que jornalista adora reparar.
Primeiro dia do Festival mais esperado do ano: Cine PE, em sua 12ª edição. Eu, como estudante de jornalismo, tendo pela primeira vez a missão de fazer uma cobertura do evento que, até então, acompanhava apenas como cinéfila confessa.
Chego ao Centro de Convenções com um friozinho na barriga. A iluminação, a música, as pessoas... Tudo dá ao lugar um clima diferente de festival. O Festival. Só quem é apaixonado por cinema entende a sensação de saber que vai começar a ver uma maratona de filmes que você, na maioria das vezes, por enquanto só ouviu falar.
Recife, em especial, tem uma cena muito peculiar. Já não é de hoje que o cinema local vem despontando em âmbito nacional. E nomes que costumam freqüentar as mesas de bar da noite pernambucana ganham notoriedade e respeito por executarem trabalhos primorosos.
Eu, como “foca” [1] que sou, fico na linha tênue entre a tiete e a profissional. Esse festival foi a constatação de que ainda tenho muito o que aprender até conseguir não ficar nervosa ao fazer uma entrevista com alguém que admiro.
Não me considero uma pessoa tímida, mas logo na chegada já senti uma certa “inibição” só de constatar que num mesmo campo de visão eu conseguia registrar as presenças dos diretores Daniel Bandeira, Leo Falcão e Kleber Mendonça, que ainda por cima, é um dos meu críticos preferidos.
Resolvi ir assistir os curtas, antes de começar a maratona de entrevistas. Destaques para os curtas Amanda e Monick, documentário da Paraíba e Até o sol raiá, uma animação Pernambucana (comentarei os curtas e o longa do dia no próximo post).
Voltando para as minhas “desventuras” jornalísticas, tinha que começar a fazer meu trabalho. Enquanto assistia ao último curta do dia, vi que Lenine (sim, o cantor) havia entrado no teatro por uma portinha lateral bem juntinho de onde estava sentada. De imediato pensei em entrevistá-lo durante o intervalo, e fiquei o resto da sessão pensando na melhor forma de abordagem. Sempre fico constrangida com esse tipo de situação porque acho que no fundo, no fundo, todo artista deve achar um saco ficar dando entrevista. Além do mais, morro de medo de falar alguma besteira, principalmente na frente de alguém que admiro. Mas fazer o quê se eles são artistas e eu sou jornalista. Não tem jeito! Fui dar a cara à tapa.
Esperei ele ir para a parte externa, e quando se aglomeraram meia dúzia de jornalistas me meti no meio com a cara e coragem, segurando meu mísero celular para gravar a entrevista (Ontem um amigo me disse que só tem uma coisa pior que ser jornalista, ser estudante jornalismo. Tem que fazer a entrevista na cara dura, sem credencial, sem câmera, sem nada... dependendo da boa vontade alheia). Consegui fazer três perguntas, que Lenine, super simpático e solícito, me respondeu muito calmo e sorrindente. Eu, do outro lado, mantinha um sorriso amarelo, mas tremia e suava mais que "tirador de espírito". Ai que nervoso! Minha primeira entrevista alguém importante de verdade.
Terminei, salvei o arquivo, e voltei para assistir o longa mais esperado da noite: Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife, de Léo Falcão. Assisti o filme e voltei para casa com o ego inflado e uma sensação de dever cumprido. Até pegar o celular e procurar o arquivo que deveria ter o nome de “Sonora Lenine”. Procurei em todas as pastas, no telefone, no chip... até na parte de vídeos. A gravação simplesmente desapareceu, ou melhor, eu devo ter apagado, ou feito alguma besteira no auge da minha tremedeira de principiante.
Balanço do primeiro dia, da minha primeira cobertura, da minha primeira entrevista com alguém importante: Eu não tenho nenhuma gravação! Não tenho nada guardado que comprove que eu realmente falei com Lenine. Fazer o quê? São peças que a tecnologia e a vida de principiante pregam na gente. A única coisa que eu posso fazer é contar a história. Acreditem: Eu entreviste Lenine! ;)
[1] Termo usado no jornalimo "o" foca. Jornalista novo, inexperiente. Um foca. Consta que o apelido vem dos remotos tempos do flash a magnésio. Os fotógrafos dos jornais preparavam suas máquinas: focavam e deixavam o obturador (uma pequena "janela") aberto. Quando todos estavam prontos, alguém riscava um fósforo numa placa de magnésio e ela "explodia" num clarão. Essa luz passava pelo obturador aberto e impressionava a chapa, o avô do filme. Ocorre que alguns fotógrafos, inexperientes, demoravam para preparar a máquina - e atrasavam os outros. "Péra aí, estou focando." E os outros: "Foca logo, caramba". E mais tarde... "Ih, lá vem o foca". Esta é a história que eu conheço. Vendo o peixe como comprei. Valdir Sanches é jornalista e colunista do Planeta Express.

Uauauaua!
ResponderExcluirNão foi fácil cubrir o Cine PE mas no fim eu gostei... cinema ser faz bem, mesmo q vc esteja trabalhando...