quinta-feira, 21 de maio de 2009

A beleza e a magia dos musicais infantis

A montagem do clássico “A Bela e a Fera” chega ao Recife

Abram alas para bules, xícaras, candelabros e relógios cantores. Estreia hoje, no teatro Guararapes, a montagem nacional de um dos maiores clássicos da literatura infantil, “A Bela e a Fera”. O espetáculo fica em cartaz em curta temporada de seis apresentações, hoje, amanhã e sábado. O musical é uma verdadeira superprodução que n
ão deixa nada a desejar em relação às grandes montagens teatrais internacionais. Entre alguns dos recursos cênicos utilizados para envolver a criançada (e também muitos marmanjos) no universo do faz de conta, três telões farão projeções em 3D. Tecnologia, aliás, é uma marca na montagem que conta ainda com movimentos de cenários controlados por computador e números de ilusionismo.

Sob a direção do italiano, Billy Bond, considerado, hoje, “o mestre” dos musicais infantis, “A Bela e a Fera” conta com um elenco de 22 atores em cena, que interpretam cerca de 40 personagens. Os atores Ivan Parente e Andressa Andreatto dão vida ao casal de protagonistas.

Billy Bond, que já vive há mais de 30 anos no Brasil, se envolve diretamente em cada detalhe da montagem. A experiência do diretor como produtor musical - durante as décadas de 70 e 80, quando foi um dos nomes responsáveis pelo primeiro Rock In Rio, e também trouxe ao País nomes de peso como Queen, Alanis Morissette, Red Hot Chili Peppers, entre outros - deu a Bond um olhar diferenciado no quesito superproduções.
Desde que passou a produzir musicais (sua primeira montagem foi o clássico da Broadway “Os miseráveis”) o diretor já emplacou sucessos de bilheteria como “O Rei Leão”, “Pinóquio” e “O Mágico de Oz”. A Folha de Pernambuco conversou com Billy Bond para saber como foi esse processo de transição de segmentos.

Entrevista: Billy Bond "Diretor"


Como foi mudar o foco da produção de bandas para musicais infantis. Por que essa escolha ?
É muito simples. Eu sou do ramo de música, sou produtor de música. Trabalhei no Rock in Rio, e trouxe vários shows internacionais para o Brasil. O teatro de musicais me chamou a atenção porque envolve uma mídia muito interessante, que reúne várias coisas numa só. Comecei trazendo os grandes musicais da Broadway, como “Os Miseráveis”. Foi quando percebi que o mercado se abriu para esse tipo de produção. Depois disso, eu continuei nessa trilha, porque realmente acredito que teatro musical é a melhor das mídias, envolve atuação, luz, palco, cenografia. A cada apresentação é uma nova emoção. A adrenalina sobe.

Qual a principal diferença (cuidado) de tratamento com esse tipo de público?
Normalmente no teatro brasileiro as crianças são deixadas um pouco de lado. Não em relação a roteiros. Mas as produções normalmente são de pequeno porte, porque costumam achar que a criança se entretém com pouco. Nós não. Achamos que a criança merece o mesmo respeito e seriedade de espetáculos de grande porte. Todo cuidado técnico é feito como se fosse espetáculo para o adulto. E realmente é porque as produções são divertidas tanto para as crianças, quanto para os pais. É um espetáculo para a família inteira.

É um público muito exigente?
Costumo dizer que o público infantil é o público mais exigente. É o mais difícil de todos, porque é sempre uma batalha atingi-los. Encontrar o tom certo para conseguir envolvê-los. E temos conseguido isso. Fizemos a marca de 1,2 milhões de espectadores com “O Mágico de OZ” ( que além do Brasil, também foi ao Chile e Argentina). E 900 mil pessoas assistiram “Pinóquio”. Esse é o terceiro espetáculo que apresentamos aqui no Recife.

Montar textos clássicos é uma estratégia para garantia de sucesso?
Basicamente é uma tática de garantia de retorno financeiro real. A escolha dos grandes clássicos da literatura mundial é um caminho. Mas já estamos trabalhando com outras possibilidades. Queremos fazer algumas montagens com autores brasileiros. Já escolhemos alguns títulos, mas por enquanto ainda não posso falar.



Serviço
Musical “A Bela e a Fera”
Teatro Guararapes - Centro de Convenções de Pernambuco

Quinta-feira (21), às 15h; Sexta-feira (22), às 9h e 15h; E sábado (23), às 10h, 16h e 19h
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada)
Mais informações: (81) 3182-8020

Nenhum comentário:

Postar um comentário