Fazer parte de uma das maiores companhias de circo do mundo não é privilégio de muitos. Se juntarmos a esse fato, a chance de poder se apresentar com um espetáculo em seu país de origem. Temos um acontecimento poucas vezes visto, e uma experiência vivida por pouquíssimas pessoas. Mais especificamente, três pessoas. Essa é a experiência que Jailton Carneiro, Graceline Oliveira de Moura e Denise Wal estão tendo a oportunidade de desfrutar como membros do elenco da turnê nacional do espetáculo “Quidam”, do Cirque du Soleil.Único homem dos três, o baiano natural de Salvador (Graceline é goiana, e Denise curitibana), Jailton Carneiro, conversou com a Folha de Pernambuco e revelou um pouco de sua trajetória até entrar no Cirque, além de histórias sobre sua rotina de treinamento e a emoção de se apresentar no Brasil.
Como começou sua paixão pelo circo?
Tudo começou em 1989, na escola de circo Picolino, em Salvador. Entrei para o projeto Recreio que ensinava técnicas circenses a crianças da comunidade. No final do curso os alunos que mais se destacavam ganhavam bolsas de estudo para permanecer na escola. No terceiro ano me tornei instrutor, e logo depois virei professor da escola. Lá conheci o diretor da escola Picadeiro, que me levou para São Paulo.
Foi em São Paulo que você fez a audição para o elenco do Cirque?
Logo quando cheguei em SP houve uma audição para o Cirque, em 1997, e eu perdi. Somente em 2001 houve outra, que eu fiz e passei. Mas demorou sete meses para que eu fosse chamado, porque depois que você é aprovado, passa a fazer parte do casting deles, mas não tem prazo para ser chamado.
Como é a carga de treinamento para atingir o nível de perfeição técnica que vocês têm?
O treinamento é bastante intenso. Durante a preparação em Montreal temos o treinamento artístico e físico, uma média de 5h a 6h diárias de treino. Quando estamos em turnê, como fazemos muitas apresentações o treino é de 1h diária. Além disso, dois fisioterapeutas e um massagista viajam sempre conosco. E a cada seis meses passamos por uma avaliação física.
Como é a sensação de estar se apresentando em casa?
Essa é a primeira vez que venho com uma turnê para o Brasil e te juro que é bem diferente. Poder se apresentar para um público com sua família e seus amigos todos lá é muito bom. Principalmente porque essa é a primeira vez que a turnê vai passar pelo Nordeste. Estou muito ansioso. Esta é a chance que temos de mostrar a potência do artista brasileiro.
* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 30/06/2009

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