“São dois pra lá, dois pra cá”. Os versos imortalizados pela poderosa voz da cantora, Elis Regina, nunca foram tão praticados nas academias de dança do Recife. Em tempos em que a dança de salão virou a vedete de programas de auditório, reality shows e novelas, os aspirantes a Ginger Rogers e Fred Astaire lotam as academias de dança na esperança de aprender bem mais do que o trivial dois pra lá, dois pra cá.Salsa, Samba de Gafieira, Tango, Forró, e até mesmo o mais recente zouk (ritmo africano, parecido com a lambada, que se tornou bastante popular nas academias), deixaram de ser um desafio distante e passaram a ser parte do cotidiano de gente comum, que nunca tinha se imaginado dançando como profissional.
Como a maioria dos homens, o estudante de Direito, de 24 anos, Philipe Aguiar, sempre achou que perdia a oportunidade de conhecer mulheres interessantes porque não sabia dançar. Mas mesmo assim ainda mantinha um certo preconceito em relação à dança. Há pouco mais de dois meses, Philipe resolveu se livrar das limitações e aprender a dançar. “Acabei mudando a minha visão da dança. Agora, toda vez que saio é somente pra dançar. Tenho o prazer da dança, nem paquero com ninguém”, disse Philipe sorrindo. A paixão se estendeu aos amigos, e ele logo conseguiu angariar parceiras. A colega de faculdade, Lis Brito foi uma delas. Há apenas um mês e meio nas aulas a estudante encontrou uma folga, mesmo com o dia corrido, para aprender ritmos diferentes. “Hoje, não vivo mais sem a dança. As aulas mudaram minha postura, e até mesmo minha atitude. Agora sou menos caseira, a turma da dança virou companhia nas saídas”, explicou Lis.
A mudança não é percebida apenas entre os mais jovens. Ângela Miranda é engenheira florestal, e aos 54 anos descobriu o prazer de dançar. “Costumo dizer que a dança de salão é três em um. Não pago analista, não pago academia e ainda aprendo a dançar”, brincou a engenheira.
Para Wilson Almeida, proprietário de uma escola de dança na torre, os programas de televisão ajudaram a dar mais visibilidade à dança de salão, mas além disso, as pessoas também têm sentido mais necessidade de saber dançar. “As pessoas estão usando a dança como uma forma de aliviar o estresse do dia-a-dia”, disse Wilson. Portanto, trate de arrumar um bom par e sair rodopiando por aí.
Serviço
Escola de Dança Hipérion
Tel: 3088-5660

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