segunda-feira, 6 de julho de 2009

Entre os muros do apartamento

A difícil arte da convivência quando se divide o mesmo teto

Foto: Jedson Nobre
Administrar temperamentos, comportamentos e hábitos diferentes é sempre difícil, seja em família ou no trabalho. Dividir o mesmo teto, nem se fala - mesmo com amigos de longa data e quando se sonha com a independência. O que não significa que ninguém precise deixar de tentar, já pensando em futuras possíveis dificuldades. Mas, qual o segredo para encontrar a fórmula da convivência perfeita? A resposta exata, talvez, seja difícil encontrar. Tentar ser paciente, manter os diálogos abertos e (atenção a este detalhe!) buscar afinidades com os futuros colegas de apartamento, casa ou quarto, já é um bom começo. Questão mesmo de bom senso.

Os amigos Paulo Pereira, Thiago Megale e Sérgio Leão, por exemplo, vivem em perfeita harmonia. Tamanha empatia deve-se, principalmente, ao fato dos três compartilharem de uma mesma paixão. Apesar de acumularem várias atividades, todos têm a música como interesse comum e um dos principais fatores de aproximação. “Temos gostos parecidos e todos tocam algum instrumento. Se bem que Sérgio quer aprender bateria, e baterista iniciante é aquela coisa, né? Isto vamos ter que negociar”, brinca Thiago.

Os três têm horários pouco convencionais estão satisfeitos com a localização da nova moradia e com uma estrutura pela qual podem pagar. “A sinergia e o astral que foram criados no ambiente é que ajuda a manter a sociedade”, diz Paulo. No apartamento, batizado por eles de “Castelo de Greyskull”, o entrosamento é tão grande que a rede de relacionamentos acabou sendo triplicada. Amigos e namoradas são presença constante. “Temos até um colchão na sala para os amigos”, lembra Sérgio.

Mas, óbvio, nem tudo são flores. A correria do dia a dia acaba atrapalhando nas resoluções domésticas. “Às vezes ficamos de sentar para conversar sobre coisas sérias como reparos, acerto de contas e tudo mais”, explica Paulo. As decisões, mesmo estando sob o mesmo teto, acontecem muitas vezes pela Internet. Ainda assim, certos “problemas” são inevitáveis. “O entulho do quartinho vai fazer aniversário, qualquer dia desses sai um mico leão dourado de lá”, lembra Thiago.
Foto: Maurício Ferry
Em outro apartamento da cidade, as amigas Marina Torres e Lana Tavares compartilham a mesma experiência. Depois de se conhecerem na faculdade de Relações Públicas cada uma seguiu seu caminho. Se reencontraram, ambas procurando com quem dividir as despesas de uma casa. A princípio, a experiência deveria durar três meses, mas elas decidiriam seguir em frente. “Como morei muito tempo só, não sabia como seria para eu ter outra pessoa em casa”, disse Marina.

O que acabou acontecendo foi que um certo “alguém” acabou ganhando espaço na casa - com direito a chaves e um quarto. Giselly Veras acaba ficando mais tempo no local que as próprias “donas”. “Ela está aqui praticamente todos os dias. Como eu já morava aqui, Lana se adaptou a minha rotina e aos meus amigos. Isso foi um lado bom”, explica Marina.

Mas é claro que tantas mulheres sob o mesmo teto de vez em quando sempre pintam alguns momentos de tensão. “Mulher é um bicho complicado mesmo, para amenizar, temos nosso amigo Célio, que nos agüenta e está sempre por lá”.

Esse tipo de problema é uma verdadeira raridade no apartamento masculino. E isso eles fazem questãode frisar. “Homens são mais cúmplices”, diz Sérgio. “Só o fato de ninguém estar com TPM já facilita um bocado” completa Thiago.

Tudo em seu lugar

O consultor de etiqueta, Marcos Sales, dá algumas dicas para ajudar convívio sob o mesmo teto.

Cozinha:
Determinar um cardápio do que é de consumo comum e um teto para a contribuição. Comidinhas especiais ficam por conta de cada um.

Banheiro:
Nada de peças íntimas penduradas no chuveiro, nem de roupa suja largada pelo chão. Higiene é fundamental. Mulheres, atenção com os cabelos. É de bom tom checar sempre se não ficaram alguns fios esquecidos no chão.

Sala (e outras àreas comuns):
Se não houver uma faxineira, determinar uma escala de atividades para que ninguém fique sobrecarregado. Se for oferecer um jantar, o mais apropriado é convidar todos na casa. Cabe a cada um decidir sobre sua participação.

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