segunda-feira, 27 de julho de 2009

Maracatu Nação Pernambuco celébra toda sua majestade

Espetáculo “O Nação Canta e Dança Pernambuco” será apresentado no Santa Isabel

Começa hoje, às 19h, no teatro de Santa Isabel, a segunda etapa da VII Mostra Brasileira de dança. Em grande estilo: o Maracatu Nação Pernambuco sobe ao palco com um de seus espetáculos mais completos: “O Nação Canta e Dança Pernambuco”. O show também marca o início das comemorações do aniversário de 20 anos do grupo (a serem completados dia 15 de dezembro), que ajudou a visão da expressão popular no Estado, no Brasil e no mundo.

Em cena, 30 artistas - entre músicos, cantores e bailarinos - apresentam ao público os principais signos da cultura negra no País. O grupo leva a tradição do baque virado e dos cortejos de rua ao teatro, dando o tom de espetáculo. Esta, inclusive, é uma das principais características do grupo, que conseguiu identificar no maracatu um potencial cênico que possibilitou a apreciação de vários públicos. “Sempre procuramos fazer um tipo de releitura do maracatu tradicional, mantendo a mesma base, incluindo elementos teatrais”, explica a diretora artística do espetáculo, Amélia Veloso.

Contando a história de Xangô e suas três mulheres, desde sua coroação até o Carnaval, “O Nação Canta e Dança Pernambuco” é uma adaptação de um antigo show da companhia: “Batuque da Nação”, montado em 1992. “Aprimoramos técnicas que desenvolvemos ao longo dos anos, mas mantemos a essência do primeiro espetáculo”, diz Amélia. Com arranjos que incorporam os metais e o contrabaixo, instrumentos que não costumam ser usados no maracatu tradicional, o show apresenta um repertório de clássicos, como “Tambores Silenciosos”, “Nação Pernambuco” e “Viver Solto e Viver Virado”, criações do diretor musical e fundador do Maracatu Nação Pernambuco, Bernardino José.

Ao longo desses quase 20 de história, Bernardino trabalhou e acompanhou, diretamente o crescimento da trajetória do grupo. “O Nação foi criado em uma época em que existia a total falta de algo novo. Maracatu era coisa de preto, pobre e xangozeiro”, diz o diretor.

“O intuito era criar um grupo que incorporasse todas as raças e todas as classes sociais num só”, complementa. Hoje, o objetivo foi alcançado, e mesmo com todas as dificuldades de recursos, o trabalho está consolidado. Eles já realizaram pelo menos dez turnês internacionais (a última delas, na China), criaram segmentações do grupo com núcleos em Nazaré da Mata (Congo da Mata), no Auto do Moura (Cambira do Agreste), e até mesmo com um pólo em Paris - a Escola Pernambucongo. E a agenda de apresentações dura o ano todo. “Nossa maior vitória foi ver o maracatu, enquanto manifestação, extrapolar a redoma do Carnaval. Há algum tempo alguém me disse que o maracatu se dividia em duas partes: antes e depois de Nação. E é exatamente isso”, diz Amélia.

Ainda dentro das comemorações de aniversário, o grupo está trabalhando na montagem de um novo espetáculo: “Rádio Nação - Pernambuco falando para o mundo”. Além de um projeto, que está em fase de captação de recursos para a gravação do 1° DVD do Maracatu Nação Pernambuco, e também um livro de fotografias.

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