lua e o bom tempo foram propícios para dar início à 14ª temporada de apresentações da Paixão de Cristo do Recife. Na noite de ontem, José Pimentel e um elenco formado por cerca de 50 atores pernambucanos e mais 300 figurantes encenaram mais uma vez a história de amor e sofrimento de Jesus Cristo. Na Praça do Marco Zero, o que se pôde ver foram muitas famílias que levaram crianças de todas as idades para acompanhar o espetáculo. As apresentações, gratuitas, seguem até o Domingo de Páscoa, sempre às 20h. A auxiliar de serviços gerais Célia da Silva assistiu ao espetáculo ao lado do marido e dos dois filhos, de 7 e 4 anos. “Já tinha trazido eles para assistir ao ‘Baile do Menino Deus’ e eles adoraram. Foram eles mesmos que pediram para vir novamente”, disse Célia, que é católica e acha o momento de celebração importante para fazer as crianças terem mais contato com a história de Jesus.
Um menino de 11 anos, que terá seu nome preservado, também estava acompanhando tudo atentamente - apesar de, entre uma cena e outra, aproveitar para vender alguns sacos de pipoca. “É bom porque dá para assistir e vender bem. O movimento sempre aumenta”, afirmou o garoto.
Para Antônio Araújo, a experiência se repete há algum tempo. Trabalhando como gari há 16 anos, Araújo disse que todos os anos faz questão de parar um pouquinho o trabalho para acompanhar as cenas que mais gosta. “A parte que mais me emociona é a morte de Cristo”, destacou. E esse é, de fato, o principal mérito da Paixão de Cristo do Recife: aproximar do teatro pessoas com poucas oportunidades de ter esse contato, através de uma história que tem um forte apelo popular.
PRODUÇÃO
Já no contexto cênico, a apresentação de ontem passou por dificuldades. Em algumas passagens, a direção de elenco pecou tanto na colocação dos atores, quanto dos figurantes. A exemplo do bacanal de Herodis, que, além de ter sido excessivamente logo, virou um grande amontoado de pessoas.
* A matéria foi publicada no caderno "Geral" da Folha de Pernambuco de 01/04/2010

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