Clima de festa, fila na porta, banda e artistas de circo dando boas-vindas aos convidados. O clima dava indícios que se tratava da comemoração de uma data bastante importante. Na noite de ontem, o público lotou o teatro do Parque para prestigiar o aniversário de 18 anos da montagem “O Auto da Compadecida”, da Dramart produções. A peça é inspirada na obra homônima de Ariano Suassuna. Foi uma noite de emoção para quem estava nos dois lados do palco. Na plateia, nomes ilustres que já fizeram parte da produção, como o maestro Forró - que fazia parte da banda do espetáculo, quando ainda não tinha sequer recebido o título de maestro - davam o tom comemorativo da festa. Era momento de celebrar uma marca dificilmente atingida no teatro, principalmente em se tratando de produções locais.
Em cena, os atores mostraram o porquê de estarem há tanto tempo em cartaz. O elenco se diverte no palco, é quase como se cada montagem já tivesse se apropriado de seu personagem. O tom popularesco de circo mambembe, no qual um palhaço é o narrador da história, aproxima o público do universo apresentado brilhantemente no texto de Ariano.
Mesmo não contando com apresentações regulares, a sintonia entre Sóstenes Vidal (João Grilo) e Williams Sant’Anna (Chicó) é evidente. Sóstenes, inclusive, tem passado boa parte de seu tempo no Rio do Janeiro, em função das gravações da próxima novela global (Passione) da qual fará parte. Mesmo diante da ausência de ensaios, e da agenda esparsa de apresentações, a relação entre os atores em cena é bastante interessante.
* A matéria foi publicada no caderno "Geral" da Folha de Pernambuco de 15/03/2010

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