segunda-feira, 19 de abril de 2010

Paixão de Cristo está pronta para o público

Expectativa é receber sete mil espectadores diariamente


Tudo pronto para dar início a 43ª temporada do maior espetáculo ao ar livre do mundo. De hoje até o próximo dia 3 de abril, a cidade cenográfica de Nova Jerusalém, localizada no Brejo da Madre de Deus, Agreste pernambucano, receberá um público diário de aproximadamente sete mil pessoas para acompanhar a saga da Paixão de Cristo.

Na noite de ontem, em sessão especial para convidados e Imprensa, o elenco global formado por Eriberto Leão, Suzana Viera, Paulo César Grande e Mauro Mendonça mostrou que está afiado com história, fazendo uma apresentação praticamente impecável. A única exceção foi uma pequena falha no áudio durante a cena do Tribunal de Pilatos, mas que foi rapidamente solucionada.

Depois de tantas temporadas a “Paixão” está cada vez mais grandiosa. A cenografia é impecável, bem como os figurinos, que levam a marca incontestável de Xuruca Pacheco. A professora aposentada, Aglaiena Costa, ficou surpresa com a grandiosidade da montagem. “Não assistia ao espetáculo desde os tempos de (José) Pimentel. Estou achando tudo uma maravilha”, disse a Aglaiena, que assistiu a apresentação ao lado da irmã e da filha.

Outra preocupação da produção, pelo segundo ano consecutivo, diz respeito à acessibilidade. Para isso, a apresentação de hoje vai contar com um grupo de apoio que vai acompanhar cadeirantes, e grupos da melhor idade, auxiliando na locomoção entre os cenários. A cadeirante Maria Niedja acompanha o espetáculo há vários anos e aprovou a iniciativa. “A estrutura está cada vez melhor. O apoio nos dá mais segurança para percorrer as distâncias”, afirmou.

Voltando ao desempenho dos atores, Eriberto Leão, tinha como objetivo apresentar um Cristo mais “Guevariano”, entretanto sua atuação não pareceu tão revolucionária. Quem de fato roubou a cena, foi Suzana Viera, que longe de ser uma Maria contida, ganhou mais falas e a tietagem do público.

Durante a coletiva de Imprensa realizada após a apresentação, a atriz destacou que veio fazer uma Maria questionadora e revolucionária. “Quando cheguei no ensaio fiquei revoltada porque vi uma Maria apagada, escorada em João Batista e em Maria Madalena. Eu disse eu não, eu vou me estapiar com aqueles guardas. Eu sou Maria do Carmo, uma Maria pernambucana. É essa a Maria que fiz. Revolucionária e briguenta”, afirmou a atriz, que ainda está com algumas dificuldades em acertar o ritmo da dublagem do espetáculo.

* A matéria foi publicada no caderno "Geral" da Folha de Pernambuco de 26/03/2010

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