terça-feira, 30 de junho de 2009

Montagem da Arena de “Quidam” segue a todo vapor

Foto: Widio Jofre
A dez dias estreia do espetáculo “Quidam” no Recife/Olinda (9 de julho) os preparativos no Parque Memorial Arcoverde, espaço que vai receber a arena do Cirque du Soleil, não param, e tudo está dentro do cronograma. A primeira etapa do projeto, que incluía as obras de drenagem, assentamento e terraplenagem do local, já foram concluídas.

A segunda etapa do processo, que é de marcação do solo, também já está sendo finalizada e a previsão é que a armação das tendas comece ainda esta semana. Além disso, a área no entorno do local também foi toda recuperada e está sendo feita uma pintura no viaduto que passa sobre o parque.

Durante o período de preparação do espaço, uma polêmica em relação a algumas árvores que seriam derrubadas para abrir espaço para a montagem da arena tomou conta da cidade. Entretanto, a administração do Cirque cumpriu todas as determinações impostas pelo Estado, e as onze árvores e três coqueiros só foram retirados do local após a assinatura de um acordo entre o Governo do Estado (via Empetur), Iphan, Prefeitura de Olinda e Ministério Público de Pernambuco. Com o acordo, a administração do Cirque se comprometeu a plantar o triplo dessa quantidade, em espécie e local a ser definido pela prefeitura de Olinda.

Ao todo, 53 containers, vindos de várias cidades do mundo, foram necessários para trazer ao País todo o material de construção da arena. Somente a lona utilizada na montagem das tendas pesa a modesta marca de 5 toneladas. O peso total do palco é equivalente a impressionante marca de 21 toneladas. Na turnê nacional de “Quidam” os equipamentos viajam em caminhões que fazem o deslocamento entre as nove cidades em que o Cirque vai se apresentar.
* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 30/06/2009

Brasileiros do Cirque du Soleil na turnê do Recife

Fazer parte de uma das maiores companhias de circo do mundo não é privilégio de muitos. Se juntarmos a esse fato, a chance de poder se apresentar com um espetáculo em seu país de origem. Temos um acontecimento poucas vezes visto, e uma experiência vivida por pouquíssimas pessoas. Mais especificamente, três pessoas. Essa é a experiência que Jailton Carneiro, Graceline Oliveira de Moura e Denise Wal estão tendo a oportunidade de desfrutar como membros do elenco da turnê nacional do espetáculo “Quidam”, do Cirque du Soleil.

Único homem dos três, o baiano natural de Salvador (Graceline é goiana, e Denise curitibana), Jailton Carneiro, conversou com a Folha de Pernambuco e revelou um pouco de sua trajetória até entrar no Cirque, além de histórias sobre sua rotina de treinamento e a emoção de se apresentar no Brasil.
Como começou sua paixão pelo circo?

Tudo começou em 1989, na escola de circo Picolino, em Salvador. Entrei para o projeto Recreio que ensinava técnicas circenses a crianças da comunidade. No final do curso os alunos que mais se destacavam ganhavam bolsas de estudo para permanecer na escola. No terceiro ano me tornei instrutor, e logo depois virei professor da escola. Lá conheci o diretor da escola Picadeiro, que me levou para São Paulo.

Foi em São Paulo que você fez a audição para o elenco do Cirque?
Logo quando cheguei em SP houve uma audição para o Cirque, em 1997, e eu perdi. Somente em 2001 houve outra, que eu fiz e passei. Mas demorou sete meses para que eu fosse chamado, porque depois que você é aprovado, passa a fazer parte do casting deles, mas não tem prazo para ser chamado.

Como é a carga de treinamento para atingir o nível de perfeição técnica que vocês têm?
O treinamento é bastante intenso. Durante a preparação em Montreal temos o treinamento artístico e físico, uma média de 5h a 6h diárias de treino. Quando estamos em turnê, como fazemos muitas apresentações o treino é de 1h diária. Além disso, dois fisioterapeutas e um massagista viajam sempre conosco. E a cada seis meses passamos por uma avaliação física.

Como é a sensação de estar se apresentando em casa?
Essa é a primeira vez que venho com uma turnê para o Brasil e te juro que é bem diferente. Poder se apresentar para um público com sua família e seus amigos todos lá é muito bom. Principalmente porque essa é a primeira vez que a turnê vai passar pelo Nordeste. Estou muito ansioso. Esta é a chance que temos de mostrar a potência do artista brasileiro.
* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 30/06/2009


Wagner e seu “repaginado” Hamlet

Contemporaneidade é a palavra chave para definir o espetáculo

No último sábado, com o teatro da Universidade Federal de Pernambuco lotado (e com ingressos esgotados para o segundo dia de apresentação antes mesmo da estreia), Wagner Moura, ao lado de um elenco de mais nove atores, apresentou ao público recifense um Hamlet diferente... Poético, porém sem precisar ser coloquial demais. E moderno, de moletom e dono de um vinil dos Beatles.

Mas calma, não vá achar que a montagem de um dos maiores clássicos do dramaturgo inglês Willian Shakespeare é um ultraje à obra original. Muito pelo contrário, o espetáculo, que conta com direção Aderbal Freire-Filho, tem um frescor que consegue aproximar o público de um texto que foi escrito no final do século XVI. A história do príncipe dinamarquês que para vingar a morte do pai vive na fronteira entre a sanidade e a loucura está presente, assim como toda a essência do texto.

No palco, além da atuação irretocável de Moura, um elenco respeitável embasa toda trama. A atriz Georgiana Góes dá vida à delicada e sensível Ofélia, grande paixão de Hamlet - a cena de sua morte é um dos momentos mais poéticos e belos do espetáculo.

As imagens projetadas em um telão, e feitas pelos atores do próprio elenco, ajudam na composição visual e a dar a devida dramaticidade ao momento. O suporte do telão, inclusive, é usado com bastante maestria e, em nenhum momento, briga com a interpretação dos atores. O recurso é utilizado como forma de valorizar a teatralidade de cenas pontuais, numa espécie de realce do trabalho do ator, tão questionado e enfatizado pelo próprio Hamlet.

O toque cômico do espetáculo (que é uma tragédia) fica por conta da excelente interpretação de Gillray Coutinho. Além dele, Fábio Lago, Tonico Pereira, Carla Ribas, Cândido Damm, Felipe Koury, Marcelo Flores e Caio Junqueira estão presentes.

Nesse novo Hamlet, de Freire-Filho e Wagner Moura, contemporaneidade é palavra chave. A montagem reafirma a máxima de que os clássicos nunca morrem, porém nada impede que eles sejam reinterpretados, adaptados a novos questionamentos.

Naquele sábado, o público presente viu um Hamlet diferente, que ouvia Beatles e era bem debochado. E, depois de ovacionar o elenco e cantar parabéns para o protagonista (foi o aniversário de Wagner), não por acaso, deixou o teatro ao som de “Thriller”, de Michael Jackson. Surpresinha da produção?

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 29/06/2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Dançar está na moda! É só aprender

“São dois pra lá, dois pra cá”. Os versos imortalizados pela poderosa voz da cantora, Elis Regina, nunca foram tão praticados nas academias de dança do Recife. Em tempos em que a dança de salão virou a vedete de programas de auditório, reality shows e novelas, os aspirantes a Ginger Rogers e Fred Astaire lotam as academias de dança na esperança de aprender bem mais do que o trivial dois pra lá, dois pra cá.

Salsa, Samba de Gafieira, Tango, Forró, e até mesmo o mais recente zouk (ritmo africano, parecido com a lambada, que se tornou bastante popular nas academias), deixaram de ser um desafio distante e passaram a ser parte do cotidiano de gente comum, que nunca tinha se imaginado dançando como profissional.

Como a maioria dos homens, o estudante de Direito, de 24 anos, Philipe Aguiar, sempre achou que perdia a oportunidade de conhecer mulheres interessantes porque não sabia dançar. Mas mesmo assim ainda mantinha um certo preconceito em relação à dança. Há pouco mais de dois meses, Philipe resolveu se livrar das limitações e aprender a dançar. “Acabei mudando a minha visão da dança. Agora, toda vez que saio é somente pra dançar. Tenho o prazer da dança, nem paquero com ninguém”, disse Philipe sorrindo. A paixão se estendeu aos amigos, e ele logo conseguiu angariar parceiras. A colega de faculdade, Lis Brito foi uma delas. Há apenas um mês e meio nas aulas a estudante encontrou uma folga, mesmo com o dia corrido, para aprender ritmos diferentes. “Hoje, não vivo mais sem a dança. As aulas mudaram minha postura, e até mesmo minha atitude. Agora sou menos caseira, a turma da dança virou companhia nas saídas”, explicou Lis.

A mudança não é percebida apenas entre os mais jovens. Ângela Miranda é engenheira florestal, e aos 54 anos descobriu o prazer de dançar. “Costumo dizer que a dança de salão é três em um. Não pago analista, não pago academia e ainda aprendo a dançar”, brincou a engenheira.

Para Wilson Almeida, proprietário de uma escola de dança na torre, os programas de televisão ajudaram a dar mais visibilidade à dança de salão, mas além disso, as pessoas também têm sentido mais necessidade de saber dançar. “As pessoas estão usando a dança como uma forma de aliviar o estresse do dia-a-dia”, disse Wilson. Portanto, trate de arrumar um bom par e sair rodopiando por aí.

Serviço
Escola de Dança Hipérion
Tel: 3088-5660

domingo, 14 de junho de 2009

Antiquários: As dores e delícias de lugares cheios de charme

Vide regra, antiquários costumam ser lugares que guardam muitas histórias e relíquias. Espalhados por vários bairros da cidade, esses espaços vão muito além da definição de meros “estabelecimento comerciais”. Cada móvel, peça, ou obra de arte encontrada em um antiquário não é um objeto qualquer, na maioria das vezes, esses objetos são dotados de um valor histórico-cultural que independe das cifras que determinam seu preço. E é esse valor “artístico” de cada peça, que funciona como válvula propulsora do trabalho dos antiquários (agora, os profissionais), que, à frente de seus negócios garimpam nos quatro cantos do país - e muitas vezes fora dele - relíquias que farão sucesso com seus clientes.

É o caso de Manuca Ribeiro, antiquário há 22 anos, seis deles à frente do Antiquário “Retrô e Arte”, que não mede esforços em suas empreitadas na busca por peças que tenham um diferencial. Apaixonado pelo estilo “retrô”, Manuca sempre dá preferência a objetos entre as décadas de 40 e 70. “O meu gosto pessoal influencia bastante nas minhas compras, 90% das peças que tenho no meu antiquário, ou já estiveram, ou poderiam perfeitamente estar na minha casa”, disse Manuca. Para adquirir as peças para sua loja, ele mantém um grupo de amigos que costuma visitar as casas em que os proprietários querem se desfazer de alguns (ou todos) os objetos. Tudo acontece de forma bastante democrática e as preferências costumam ser bastante distintas. “Todos no grupo já sabem o que tem a ver com o gosto de cada um. Tenho muitos amigos que costumam fazer compras no Rio e em São Paulo e enviam para mim. Assim como também compro coisas aqui que tenho certeza que eles vão gostar”, explica. “Mesas de canto e luminárias são o meu maior foco” completa Manuca, que usa seu faro quase que como um colecionador.

Por empenhar tanto afinco em suas buscas, o apego às peças que conquista é inevitável, mas Manuca afirma que não tem problemas em passar adiante a prova de suas vitórias contanto que perceba o interesse real de seus compradores. “Tenho prazer em repassar uma peça que procurei muito para alguém que valorize a arte e saiba reconhecer o valor e a história por trás do objeto”. A paixão pelo antigo é tão grande, que o trabalho acabou despertando o talento para outra atividade. Hoje, além de antiquário Manuca também é design de acessórios e tudo que produz é diretamente influenciado pelo visual das peças de seu estabelecimento.

Entretanto, nem só do prazer de fazer descobertas vivem os antiquários. Recentemente, uma determinação do Ministério Público Federal (MPF) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) passou a obrigar os proprietários de antiquários a fazer um cadastro de suas peças. Tal determinação gerou uma certa preocupação entre os comerciantes que trabalham, em sua grande maioria com peças em consignação. Uma reclamação recorrente, é que o cadastro serviria como fonte de checagem para as declarações de impostos desses estabelecimentos. O que dificultaria o trabalho desses profissionais, uma vez que a circulação das peças é muito grande.

O Iphan, por sua vez, afirma que o cadastro não tem nenhum tipo de relação com o valor material das obras, e é apenas um artifício de controle das peças em circulação no mercado. “Nosso interesse é em relação ao valor cultural dessas obras, principalmente para impedir que eventualmente os próprios antiquaristas comercializem objetos que foram roubados a muito tempo e foram recolocados no mercado. Muitas vezes o negociante é enganado sobre a procedência das peças”, explicou a técnica do Iphan, Manuela Sousa Ribeiro. Para não correr o risco de adquirir uma mercadoria roubada, o órgão recomenda que todas as pessoas que tenham interesse na compra de antiquidades, façam a verificação no Cadastro Nacional de Bens Procurados que o Iphan mantém online no site da instituição (www.iphan.gov.br).


* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 14/06/2009

Turnê Repertório do Teat(r)o Oficina vem ao Recifee

Grupo só virá à Capital Pernambucana no segundo semestre deste ano

Uma das mais importantes, subversivas e controversas companhias de teatro do País, a Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, de São Paulo, completou 50 anos de atividades em 2008. Como parte da programação de comemorações, o grupo lançou, no começo de 2009, um box com sete DVDs contendo quatro das mais importantes peças encenadas ao longo da história da companhia. Além disso, o grupo também já confirmou uma turnê com seis espetáculos, que vão rodar quatro cidades do Nordeste, para o segundo semestre. Recife, Paulo Afonso, Canudos e Quixeramobim vão receber a montagem de seis textos inéditos por aqui. Na capital pernambucana o grupo deve se apresentar com a turnê Repertório entre os meses de outubro e novembro.

Sob a tutela de Zé Celso Martinez Corrêa - um dos fundadores da cia e nome de maior expressão - o grupo construiu ao longo dessa trajetória o status de principal companhia de teatro experimental no cenário das artes cênicas nacionais. Inovador desde os primeiros trabalhos, suas montagens sempre ultrapassam os limites estéticos e instigam o pensamento reflexivo do espectador. Longe dos palcos recifenses desde 2007, quando trouxeram à cidade um de seus projetos mais ousados, a adaptação de “Os Sertões” de Euclides da Cunha, a expectativa para uma nova temporada de apresentações no Nordeste é grande. “Viajar é uma coisa maravilhosa para todos nós. É sempre muito bom para companhia. Os melhores espetáculos na turnê de “Os Sertões” foram os que fizemos durante a viagem. São públicos totalmente diferentes, cada dia fazemos um espetáculo totalmente novo”, disse Camila Mota, atriz, e uma das diretoras da companhia.

Para o público, a expectativa é ainda maior, uma vez que esta será a oportunidade de assistir algumas das peças mais comentadas da companhia, como: “Vento forte para um papagaio subir”; “Cypriano & Chan-ta-lan”; “Taniko, O Rito do mar”; “Bandidos”; “Bacantes”; “Cacilda”. Sendo os dois últimos, junto com Boca de Ouro e Ham-let, os espetáculos que foram foco do DVD, que teve a direção de Tadeu Jungle e Elaine César. Durante todo processo de captação de imagens, os diretores tiveram o cuidado de dispor as câmeras em meio a plateia, criando um jeito inovador de filmar teatro, na tentativa de ser o mais fiel possível a emoção de estar no meio a arena do teatro oficina. Tarefa árdua! Uma vez que e experiência de acompanhar uma das montagens do Teatro Oficina é, no mínimo, uma oportunidade de rever os conceitos sobre estética e artes cênicas.

A expectativa aumenta ainda mais com a possibilidade da vinda da mais recente montagem do grupo. “Banquete de Platão” já está sendo trabalhada pelo grupo, e segundo Camila, todos estão muito empolgados com a peça. “Vamos incluir a peça no repertório. O Zé (Celso) está super inspirado e estamos tendo a oportunidade de resgatar um trabalho de atores que há muito não tínhamos tempo pra fazer. Banquete é uma peça renovadora”.

Preocupação em conseguir fazer

A turnê vai ser a primeira da companhia com a nova série de montagens, antes do Nordeste o grupo faz uma temporada de apresentações em setembro no Rio de Janeiro, de onde deve vir direto para o Recife. “Estou há 12 anos na companhia e está será primeira vez que viajo com tantos espetáculos diferentes. Será um desafio muito bom, tenho uma ligação muito forte com Recife. Acho o público pernambucano um dos melhores do país”, disse a atriz. Outra preocupação também é conseguir fazer, durante a turnê, espetáculos a preços populares para abrir a experiência a públicos de todas as classes. Enquanto isso, por aqui, o público espera na torcida!

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 13/06/2009

quarta-feira, 10 de junho de 2009

RecorDança resgata a história da dança local

Projeto montou um acervo histórico-cultural sobre a dança em Pernambuco

Já se passaram quase seis anos, desde que os pesquisadores Roberta Ramos, Valéria Vicente, Liana Gesteira, Marcelo Sena, Ailce Moreira e Duda Freyre resolveram começar a montar um acervo histórico-cultural sobre a dança em Pernambuco. Agora, o projeto avança nas pesquisas e estende o foco de seu trabalho para as produções artísticas de dança que realizaram montagens entre os anos 2000 e 2008, com o objetivo de atualizar os dados dos artistas e grupos mapeados na primeira fase dos trabalhos.

Os interessados em contribuir poderão doar fotos, vídeos, programas, cartazes, e materiais referentes à produção desse período até o dia 18 de junho na sala 03 da Fundação Joaquim Nabuco (Derby), das 9h às 13h. A iniciativa é a segunda etapa de um projeto, bem sucedido, que tem ajudado a resgatar a memória desse segmento artístico que, há muito tempo, vinha sendo posto em um espaço secundário no Estado.

Bailarina de longas datas, foi Valéria quem começou a sentir falta de compreender melhor esse universo e se deparou com uma escassez absoluta de material de pesquisa. Todo material encontrado foi um livro de Goretti Rocha, sobre o Balé Popular do Recife. Todo o resto, era de difícil acesso, ou fazia parte de acervos pessoais. Foi a partir dessa necessidade que o grupo se juntou para tornar possível a construção de um acervo que pudesse ser instrumento de pesquisa para todas as pessoas interessadas no assunto. Surgiu o RecorDança.

Com o projeto aprovado pelo Funcultura, o grupo começou o trabalho inicial de identificação de nomes de grupos, bailarinos e coreógrafos. O marco inicial escolhido para pesquisa foi a profissionalização da dança, em 1976, com a montagem do balé armorial. Na época, sob a tutela do então Secretário de Cultura Ariano Suassuna, o grupo tornou-se a primeira companhia de dança a receber um salário diário para trabalhar em um espetáculo. “Foi a partir daí que delimitamos nossa pesquisa entre as décadas de 70 até 2000, com o foco claro para a dança cênica. Só então começamos a realizar as entrevistas e recolher o material do acervo pessoal das fontes que identificamos” explicou Roberta Ramos, coordenadora da pesquisa.

Como resultado do garimpo de informações realizado pelos pesquisadores foram mapeados 13 grupos (e companhias) de dança. Sendo produzidas 25 biografias, além de 34 CDs de vídeo com registros de espetáculos, que foram disponibilizados para o acesso gratuito em um banco de dados on-line, no site do RecorDança (www.recordanca.com.br). “Nós temos a intuito de ampliar ainda mais esse acervo, a princípio esse novo material que estamos fazendo a coleta não entre de imediato no site, mas esse já é o primeiro passo para dar continuidade à pesquisa”, disse Roberta Ramos.

Além de proporcionar o registro histórico de uma produção que estava em vias do esquecimento, o RecorDança também tem como proposta incentivar a reflexão crítica acerca do universo da dança. “Em paralelo a pesquisa percebemos que essa catalogação era apenas uma parte do trabalho, também queremos colocar em prática o aprofundamento do pensamento em relação a dança”, afirmou Liana Gesteira.

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 10/06/2009

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Damas do teatro Pernambucano: quatro gerações e muitas histórias

Foto: Robert Fabisak
Não é novidade para ninguém que o teatro pernambucano tem uma das produções mais expressivas e consistentes do País, mesmo estando afastado do eixo Rio-São Paulo. Ao longo de várias décadas, atores, diretores e produtores trabalharam e enfrentaram todo tipo de obstáculo, para garantir que suas peças chegassem aos palcos. Nessa jornada, alguns nomes já se tornaram consagrados, enquanto outros começam a construir uma história. Em comum, uma mesma paixão: O teatro.

Para ajudar a contar um pouco dessa trajetória, a Folha de Pernambuco reuniu quatro gerações de mulheres do teatro pernambucano. Geninha da Rosa Borges (87), considerada a primeira-dama do teatro de Pernambuco, Socorro Raposo (77), a eterna compadecida de Ariano Suassuna, Fabiana Pirro (34), sócia e companheira de palco de Lívia Falcão no premiado espetáculo “Caetana”, e Olga Ferrario (17), protagonista da peça infantil “A árvore de Júlia”, despiram-se de rótulos, e ajudaram a fazer o registro de uma história da qual foram protagonistas. O cenário dessa conversa não podia ser outro: Teatro de Santa Isabel. Palco de tantas histórias vividas por essas atrizes, que escolheram o teatro como forma de expressão.

Entrevista:

Folha: Voltando ao passado, quais são as principais diferenças entre o teatro daquela época e o de hoje?
Geninha: O que existia era um preconceito muito grande. Uma mulher não podia pisar num palco. Dr. Valdemar (de Oliveira) dizia que as mocinhas podiam pisar num palco até para receber diploma de datilografia. Mas nunca para fazer teatro. Era o mesmo que ser uma mulher vagabunda.
Socorro: Tornar-se atriz não era uma profissão bem vista.
Geninha: Foi quando Dr. Valdemar, por conta do centenário da medicina, recebeu um convite para fazer um show com médicos. Ele disse vamos fazer uma peça de teatro só com médicos, senhoras e filhas de médicos. A plateia o que seria? Os amigos dos médicos. Dessa forma ninguém iria falar da mulher dos amigos que estavam no palco.O sucesso foi tão grande, que foi o estopim para criação do Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP). Ele pegou gente da mais alta sociedade recifense de todas as áreas e colocou no palco no TAP.
Olga: Pois é, hoje isso já se democratizou mais, não é?!

Folha: Graças a momentos como esse de Geninha, que forçou a barra e foi para o palco.

Olga: Pois é, eu tenho que agradecer. Elas são as precursoras nisso. Por acabar com o preconceito. Hoje posso estar no palco sem ter que enfrentar esse tipo de coisa.

Folha: E por que teatro, e não qualquer outra forma de expressão artística?

Geninha: Eu hoje tenho a experiência de todos os ramos. Já fiz televisão, teatro, cinema, curta, média, longa. Já fiz de tudo. Eu respondo, sem titubear, que escolho o meu teatro. Quando fiz “Da Cor do Pecado” o diretor pedia para que todo mundo olhasse para uma mesa e imaginasse um templo, que não estava lá, ia ser colocado pelo computador. Eu quero lá um negócio desse? Prefiro, meu teatrinho que a gente cresce na emoção. (risos)
Socorro: Eu digo sempre que o teatro é a arte nua e crua. Se você faz bem, está dado o recado. E cinema e televisão você repete quantas vezes for necessário. Em teatro, não.O teatro é emoção pura, e o ator trabalha com emoção.
Fabiana: Todos dizem que o cinema é uma arte muito do editor. O teatro eu acho que é arte do ator mesmo, a gente tem diretor, figurino, cenário, mas quem está no palco com a cara, a emoção e a bagagem é o ator. Você escutar de Geninha que é o teatro que ela escolhe, uma pessoa que tem tantos anos dedicados às artes cênicas, é porque realmente é onde chamamos a responsabilidade pra gente.

Folha: O que mudou em relação a produção e ao público?

Geninha: O esvaziamento do teatro. Eu entendo, porque, naquela época, só existia o teatro como atração. As pessoas se vestiam bem para irem às peças. Agora você liga a televisão tem vários programas, tem shows, muitas escolhas. Agora, já que estamos só mulheres reunidas, acredito que temos que lutar pela volta do bom teatro. Porque hoje em dia só se vai ao teatro para rir e ouvir safadeza.
Fabiana: Mas nós temos essa preocupação. Temos duas companhias, já montamos “Caetana”, “A Árvore de Júlia” e sempre temos esse cuidado. Nosso teatro é experimental, é um teatro buscando uma linguagem, e um texto, que realmente faça a pessoa pensar.
Socorro: Não sou contra o escracho, nem contra o deboche. Mas eu acho que é importante a gente fazer alguma coisa que ajude a elevar nosso espírito Que possa gratificante para quem faz, e também interessante para quem assiste.
Olga: Também acho que não vale a pena reproduzir algo que a gente já vê na vida, já vê na TV. Arte pra reproduzir aquilo que já existe. Só manter igual. Não é interessante.

Folha: Existe uma tendência dos espetáculos fazerem uma reprodução, como Olga falou, para garantir o mínimo de bilheteria. Uma espécie de fórmula do sucesso?

Socorro: Mas ai é que está, no nosso tempo a gente fazia teatro sem ganhar dinheiro.Hoje, a primeira coisa que o ator pergunta, é qual é o cachê? Nunca ninguém se preocupou com isso, a gente fazia teatro por amor.
Geninha: E o meu continua sendo. Não seria no fim da minha vida que eu iria rasgar a minha bandeira de amadorista.
Fabiana: É aí onde está um pouquinho da diferença da época delas para a nossa. Eu acho lindo, quando eu escuto elas falarem que o importante não era o dinheiro, era o amor. É quase um pouco como a gente fala do futebol. Querer comparar aqueles grandes jogadores de antigamente, que jogavam por amor a camisa. Agora é tudo pelo dinheiro. Geninha e Socorro tinham esse amor ao time. Mas ao mesmo tempo, hoje em dia, eu digo isso porque eu sou mãe, tenho uma companhia para tocar e a gente tem uma folha de pagamento para cumprir e poder manter os espetáculos.

Folha: Hoje em dia também percebemos que os elencos estão cada vez mais reduzidos. De uma certa forma, isso não limita a escolha dos textos?

Fabiana: É uma opção de praticidade, para conseguir conciliar a disponibilidade do elenco. Mas o texto dependendo da história que se queira contar, isso é bem flexível. Em “Caetana” mesmo, eu faço sete personagens. Às vezes as pessoas até brincam dizendo que parece que a peça tem mais gente.
Olga: É a montagem que vai se adaptando ao elenco. Nada fica submisso ao texto, isso é algo que se constrói.

Folha: Saindo um pouco do universo do teatro, no começo do ano Geninha fez mais uma participação na televisão, vivendo um personagem de destaque na trama global “A Favorita”. Como foi essa experiência?

Geninha: O diretor me perguntou se eu queria ganhar um presente de Natal. Eu respondi que sim, mesmo sem saber o que era. Foi ai que ele me convidou para interpretar a mãe de Silveirinha. Recebi as passagens junto com o texto. Agora eu perdi minha identidade. Não sou mais Geninha da Rosa Borges, sou a mãe de Silveirinha. (risos)
Fabiana: Você pode ter certeza que o Recife inteiro parou no dia para lhe ver.
Geninha: Mas sabia que isso me deu uma renovada, que vocês não podem imaginar.


A minha primeira vez no palco...


Sejam elas divas consagradas, ou atrizes começando a trilhar um caminho no teatro. Foi quando pisaram pela primeira vez em cima de um palco, que elas perceberam que seria aquilo que fariam até o resto de suas vidas. Aqui, Geninha da Rosa Borges, Socorro Raposo, Fabiana Pirro e Olga Ferrario dividem conosco as emoções que sentiram em suas estreias inesquecíveis.

Geninha da Rosa Borges:
Descobri que seria atriz antes, ainda no colégio. Na verdade, as freiras me descobriram. Tudo que acontecia no colégio, quando chegava uma visita importante, mandavam me chamar. O Papa Pio XII, quando ainda era núncio apostólico, veio ao Recife, e foi fazer uma visita ao Colégio São José. As freiras me deram a missão de recitar uma poesia em italiano. Eu não tinha a menor ideia do que estava dizendo. Por isso, minha vida já foi dirigida pequenininha, eu não tive trabalho nenhum. Um pouco mais tarde, Dr. Valdemar (de Oliveira) foi pedir aos meus pais para que eu entrasse no TAP, ele precisou fazer o convite na minha casa e com hora marcada. E depois que eu entrei no teatro, a família toda passou a se envolver. Meu pai ficou sendo o tesoureiro do teatro, minha mãe virou contra-regra. Em dia de espetáculo a casa ficava vazia, porque até os móveis vinham para o teatro.

Fabiana Pirro:

“Desde de muito pequena, minha mãe me levava ao teatro. Sempre que passava aqui pelo Santa Isabel, ficava encantada e dizia para mim mesma, que um dia ia estar no palco desse teatro. No início, falava da boca pra fora, mas no fundo acreditava nisso. Depois eu comecei a fotografar, passei 10 anos trabalhando como modelo, mas ainda assim dizia: Eu quero me apresentar nesse teatro! Uma vez eu disse isso a minha mãe, e ela me disse que o único jeito era virar atriz. Comecei a pensar que já estava envolvida no meio artístico (moda, fotografia), e já fazia parte do mesmo caldeirão. Depois disso fui parar lá na Paixão de Cristo. Em uma das minhas vindas de São Paulo, Xuruca Pacheco me convidou para fazer a cena do bacanal de Herodes. Quando eu vi 10 mil pessoas na frente tive certeza de que fiz a escolha certa. Logo depois, quando subi no palco do Santa Isabel percebi que o que você quer de coração, você consegue. Me tornei atriz por culpa do Santa Isabel.”

Olga Ferrario:
Na verdade eu costumo dizer que comecei na barriga da minha mãe (Lívia Falcão), ela esteve em cena durante os nove meses da gestação. Desde muito pequena, quando me perguntavam o que eu queria ser, eu respondia: Atriz! Continuei fazendo teatro na escola e já tinha muita desenvoltura no palco. Em um curso do TAP, participei da peça “Mateus e Caterina”. Ali foi a primeira vez que senti a energia do grupo todo reunido antes de entrar em cena. Depois disso, lembro de dizer a minha mãe que tinha decidido que era isso o que queria fazer. Foi então que surgiu a oportunidade em “A Árvore de Júlia”. Elas já tinham o texto, e queriam montar há algum tempo, mas faltava uma atriz para viver a protagonista. Foi então que Fabiana disse a minha mãe que Júlia era eu.

Socorro Raposo:

Eu comecei como rádio-atriz na rádio Clube Tamandaré. Mas em teatro mesmo, eu entrei por uma acaso. Clênio Vanderlei foi quem me deu convites para eu ir assistir ao “Auto da compadecida”. Eu fiquei muito feliz, porque nunca tinha ido a um teatro de verdade. Dois dias depois, Clênio foi à minha escola e disse que iria me levar a casa dele para que eu decorasse o texto do “Auto”. Eu perguntei: Mas não é o espetáculo que eu vou assistir? E ele disse: Você não vai mais assistir, você vai fazer. A atriz que ia fazer o papel, Mírian Nunes, havia desistido. E ele lembrou da minha emoção quando recebi os convites. No dia 11 de setembro de 1956, fiz minha estreia como atriz, vivendo a compadecida, aqui no Santa Isabel. Estava tão nervosa que quando procurei o texto na mente, não me veio uma palavra. Rezei com fé, pedindo para conseguir dar todo o texto. De repente consegui falar tudo certinho. Só sei que quando terminou o espetáculo eu estava com 40 graus de febre, com os olhos e a boca tão inchados, que fui parar no pronto socorro. Foi uma estreia inesquecível.

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 08/06/2009

domingo, 7 de junho de 2009

A moda dos namorados

Foto: Marcelo Lacerda
O visual certo pode fazer toda diferença na comemoração

Uma preocupação recorrente entre os casais, principalmente entre as mulheres, é como será a comemoração do Dia dos Namorados. Além do programação, há a preocupação com o presente. Mas o modelito ideal para usar numa noite tão especial não é só mais um detalhes, até porque ele pode fazer toda diferença para ajudar a criar o clima de romance. Pensando em quem não quer correr o risco de errar feio no look, o Caderno de Programa convidou o casal Raphael Lima e Mariana Amorim e a consultora de moda Fabrísia Pordeus, para ajudar com algumas dicas.

Raphael e Mariana namoram há um ano e oito meses, quer dizer, esta é a segunda vez que eles comemoram a data. Ele é adepto de um estilo mais básico e casual, como a maioria dos homens. E ela, apesar de gostar de peças coringas, como a boa e velha combinação jeans e camiseta, não dispensa os acessórios. E em ocasiões especiais as novidades são bem vindas. “A data pede que a mulher seja o mais feminina possível. Os vestidos são sempre uma boa pedida”, aconselha Fabrísia. Além disso, por serem uma das peças mais clássicas do guarda-roupa feminino, a peça também está envolvida em uma atmosfera de sedução que mexe com imaginário masculino. “Ele sempre adora quando uso vestido. Longos, ou mais curtos, não importa”, diz Mariana. Raphael ratifica a informação da namorada, mas brinca: “Deixo essa parte da produção com ela. Para mim uma calça e uma camisa é o suficiente”.

Para diferenciar a produção do que costumamos usar no dia-a-dia, a consultora aposta na composição das peças com acessórios mais diversificados. Botas, cachecóis, chapéus, broches e cintos, podem ajudar a dar um up no mais básico dos visuais. “O mais importante é que a pessoa se sinta bem com a roupa. Como é Dia dos Namorados, é legal escolher algo que você não costuma usar com muita diferença. Isso já causa um impacto diferente”, explica a consultora. O mesmo vale também para os homens. “Às vezes só um chapéu já deixa o visual mais fashion”, completa. De posse das dicas, agora é só garantir presente, caprichar no visual e aproveitar a data.

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 07/06/2009

terça-feira, 2 de junho de 2009

Fãs de Dominguinhos enchem o Chevrolet Hall

É sempre bom ver uma carreira de sucesso ser reconhecida. Principalmente quando se trata de um artista como Domingos, cuja vida e a música são coisas praticamente indissociáveis. Foi para celebrar essa trajetória que o cantor fez o lançamento oficial de seu primeiro DVD, na noite do último sábado, no Chevrollet Hall.

Com mais de 50 anos de carreira e pelo menos 40 discos gravados, é estranho imaginar que o sanfoneiro está fazendo sua “estreia” numa mídia já tão popularizada. Mas é justamente isso que fez desse lançamento um evento tão especial. “O DVD marca uma ocasião especial, foi gravado no dia 13 de dezembro, dia Nacional do Forró, e também dia do nascimento de Luiz Gonzaga. Não haveria ocasião melhor”, disse Dominguinhos.

Logo na abertura do show, o sanfoneiro já deu indícios do que a noite reservava à plateia. Ao entoar os primeiros versos de um dos maiores clássicos do velho Gonzaga, “Baião”, os casais já tomavam a pista de dança. “Boa noite Recife e Olinda, é um prazer cantar e mostrar o meu 1º DVD para vocês. Tinha que ser na minha terra” disse, orgulhoso, o sanfoneiro, já emendando com mais uma de Gonzagão, “Riacho do Navio”No show, assim como no dia da gravação do DVD, que aconteceu em Fazenda Nova, Dominguinhos dividiu o palco com amigos e antigos parceiros de composições.
Tocando ao lado da ex-mulher, Guadalupe, o músico protagonizou um dos momentos mais poéticos da noite com a música “De volta pro Aconchego”, uma composição dele em parceria com Nando Cordel. O amigo subiu ao palco logo em seguida e fez a platéia cantar outras composições de sucesso da dupla, como “Gostoso demais” e “Isso aqui ta bom demais”. O terceiro convidado da noite, foi o forrozeiro Jorge de Altinho, seguido por Alceu Valença que fez questão de comemorar. “Até que enfim nos encontramos Domiguinhos, há muitos anos que a gente não fazia nada junto. Tá na hora de fazer de novo”, brincou o cantor.

Alceu terminou de incendiar a platéia alternando sucessos de sua própria autoria, como “Pelas Ruas que Andei” e “Coração Bobo”, com mais algumas composições de Luiz Gonzaga como “Xote das Meninas” e Sabiá. No final, Dominguinhos confirmou porque está a tantos anos na estrada “Acabou o tempo que sanfoneiro tocava só no São João. Eu toco o ano todo. Só não toco mais porque não ando de avião”, brincou.

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 01/06/2009