Foi em clima de clássico que a Cia de Comédia Os Melhores do Mundo (formada por Welder Rodrigues, Victor Leal, Ricardo Pipo, Jovane Nunes e Adriano Siri) voltou a se apresentar no Recife. Falando de um assunto pelo qual todo bom brasileiro é apaixonado, o futebol, o grupo apresentou uma fórmula já bastante conhecida pelo público, mas que ainda assim continua dando certo.
No palco, o elenco de seis atores (cinco principais e um apoio) se reveza dando vida aos personagens em sete diferentes esquetes. “A esposa não deixa o marido ver o jogo”, “A invenção do Futebol” e até mesmo um “Jogo entre Loiras e Morenas” arrancam boas risadas da platéia. Que, em alguns momentos, porém, parece se envolver pouco no clima de interação que os atores tentam criar.
Mas é em momentos impagáveis - como o em que Nietzsche, ateu convicto, torna-se o único jogador apto a fazer um gol em Nossa Senhora, convocada para o lugar do goleiro. Ou mesmo no quadro em que um psicoterapeuta (vivido pelo excelente Jovane Nunes) tenta “motivar” o time, e o juiz, a serem mais decididos. - que o grupo faz jus ao nome que batiza a Companhia.
Outro mérito que deve ser atribuído ao grupo é a capacidade de aproximar seus espetáculos do universo em que vive o público que assiste cada uma de suas apresentações. E não é apenas fazendo menção aos times locais - isso seria a alternativa mais óbvia -, mas também acrescentando informações sobre bairros, músicas, artistas e até mesmo sobre uma faculdade local às suas piadas. Dando ao público uma sensação agradável de que aquele espetáculo foi feito exclusivamente para ele.
Depois de quatro apresentações na cidade (incluindo uma sessão extra no domingo) “Os Melhores...” se despedem do Recife deixando provado que ainda têm fôlego para mais algumas piadas, e que tudo o que o brasileiro mais quer é poder rir de suas próprias mazelas.