Hoje e amanhã, a partir das 17h, a Casa da Cultura será palco do espetáculo “As Partes do Todo”, da Cia. Solo do Outro. A apresentação faz uma investigação corporal que tem como inspiração criativa a história do local, que já foi uma casa de detenção. Não muito longe dali, na Praça do Diário, a escola Guerreiros do Passo presta uma homenagem ao mestre do frevo, Nascimento do Passo, falecido há pouco mais de um mês.
A Cia. Solo do Outro encarou o desafio de ousar ainda mais em suas montagens, e no sábado, às 10h, apresenta o espetáculo “Eu Tava Passando e Resolvi Sair” em meio à confusão do Mercado de São José. A bailarina e coreógrafa Flávia Pinheiro utiliza cores, cheiros, formas e rostos do mercado na composição de sua apresentação. Identidades anônimas se misturam em um espaço democrático de segregação social. A anomalia da cidade é retratada a partir da perspectiva de um dia comum. “Desde o começo pensamos em como interferir no espaço, reorganizando-o. Fomos muitas vezes ao mercado, e acabamos nos tornando parte dele. É muito interessante poder interagir com diferentes histórias”, afirmou Pinheiro.
Outros espaços da cidade também serão tomados pela dança. No sábado, o Nascedouro de Peixinhos recebe a “Mostra de Dança e Cultura Árabe”. A praça do Hipódromo, no bairro de Campo Grande, recebe um aulão de frevo com os Guerreiros do Passo. E uma roda de breaking dance vai tomar conta do Clube do Bolinho, no Alto José do Pinho.
Porém, a grande apoteose dessa integração “dança e público” deve acontecer amanhã e sábado na Rua da Moeda. Um grande palco montado na rua vai dar oportunidade para qualquer pessoa da plateia que queira mostrar que também sabe dançar. Com uma ajuda de um DJ, que deve coordenar as apresentações, talentos poderão ser revelados, provando que o Festival de Dança do Recife tem espaço para todos os ritmos e todas as tribos.
Nos Palcos
* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 29/10/2009