segunda-feira, 27 de julho de 2009

“Estação Retrô anos 80” para a festa de várias gerações

Em sua segunda edição, evento no Chevrolet Hall é oportunidade de “rever” velhos conhecidos

Não se pode viver de passado, mas um pouco de nostalgia não faz mal a ninguém. Pensando nisso, a festa “Estação Retrô anos 80”, que acontece amanhã, no Chevrolet Hall, chega a sua segunda edição prometendo dar aquele gostinho de “flashback” aos mais crescidos. Assim como é uma oportunidade de novas gerações conhecerem artistas que fizeram história na década de 80.

Ao logo da noite sete atrações se revezam no palco, e prometem agitar o público ao som de clássicos da época como “Ursinho blau-blau” de Sylvinho Blau-Blau, as letras bem humoradas e de duplo sentido do Dr. Silvana, como “Taca a mãe pra Ver se Quica” e “Amante profissional” e ainda “Manequim” e outros sucessos do Dominó, na voz de Afonso Nigro. Kid Vinil, Avellar Love (do João Penca e os Miquinhos Amestrados) e Guilherme Isnard completam a programação.

Encerrando a noite, o cantor Paulo Ricardo promete fazer um show que vai unir sucessos de sua fase roqueiro, à frente do grupo RPM, passando por sua carreira solo, até canções de seu novo trabalho, “Prisma”. “ O show faz parte da turnê do CD, e além de músicas deste disco, também tem coisas em inglês como “Beatiful girl” do Acustic live “, diz o cantor, que complementa: “ Também vou incluir grandes sucessos da carreira solo como “Dois”, “Tudo Por Nada” “Imagine” e, claro, do RPM “Olhar 43”, não pode faltar”.

O show de Paulo Ricardo, inclusive, é o que vem menos carregado das características oitentistas. Para o artista, essa também é uma oportunidade de aproximar públicos distintos. “Eu acho lisonjeiro esse interesse do mundo por essa época, entendo o conjunto de referências dessa década, principalmente pra quem não viveu. Mas também tento seguir em frente e explorar novos caminhos”, disse Paulo, para depois frisar: “Ao mesmo tempo, tocamos antigos sucessos com uma fidelidade absoluta aos arranjos”, completou.

Serviço
“Estação Retrô Anos 80”
Chevrolet Hall, Sábado (25), a partir das 21h
Ingressos: Pista R$ 50, estudante R$ 25, Mesa Premium R$ 400 e camarote de R$ 500 à R$ 700, à venda no local ou nas lojas Esposende
Informações: 3427 7500


* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 24/07/2009

Maracatu Nação Pernambuco celébra toda sua majestade

Espetáculo “O Nação Canta e Dança Pernambuco” será apresentado no Santa Isabel

Começa hoje, às 19h, no teatro de Santa Isabel, a segunda etapa da VII Mostra Brasileira de dança. Em grande estilo: o Maracatu Nação Pernambuco sobe ao palco com um de seus espetáculos mais completos: “O Nação Canta e Dança Pernambuco”. O show também marca o início das comemorações do aniversário de 20 anos do grupo (a serem completados dia 15 de dezembro), que ajudou a visão da expressão popular no Estado, no Brasil e no mundo.

Em cena, 30 artistas - entre músicos, cantores e bailarinos - apresentam ao público os principais signos da cultura negra no País. O grupo leva a tradição do baque virado e dos cortejos de rua ao teatro, dando o tom de espetáculo. Esta, inclusive, é uma das principais características do grupo, que conseguiu identificar no maracatu um potencial cênico que possibilitou a apreciação de vários públicos. “Sempre procuramos fazer um tipo de releitura do maracatu tradicional, mantendo a mesma base, incluindo elementos teatrais”, explica a diretora artística do espetáculo, Amélia Veloso.

Contando a história de Xangô e suas três mulheres, desde sua coroação até o Carnaval, “O Nação Canta e Dança Pernambuco” é uma adaptação de um antigo show da companhia: “Batuque da Nação”, montado em 1992. “Aprimoramos técnicas que desenvolvemos ao longo dos anos, mas mantemos a essência do primeiro espetáculo”, diz Amélia. Com arranjos que incorporam os metais e o contrabaixo, instrumentos que não costumam ser usados no maracatu tradicional, o show apresenta um repertório de clássicos, como “Tambores Silenciosos”, “Nação Pernambuco” e “Viver Solto e Viver Virado”, criações do diretor musical e fundador do Maracatu Nação Pernambuco, Bernardino José.

Ao longo desses quase 20 de história, Bernardino trabalhou e acompanhou, diretamente o crescimento da trajetória do grupo. “O Nação foi criado em uma época em que existia a total falta de algo novo. Maracatu era coisa de preto, pobre e xangozeiro”, diz o diretor.

“O intuito era criar um grupo que incorporasse todas as raças e todas as classes sociais num só”, complementa. Hoje, o objetivo foi alcançado, e mesmo com todas as dificuldades de recursos, o trabalho está consolidado. Eles já realizaram pelo menos dez turnês internacionais (a última delas, na China), criaram segmentações do grupo com núcleos em Nazaré da Mata (Congo da Mata), no Auto do Moura (Cambira do Agreste), e até mesmo com um pólo em Paris - a Escola Pernambucongo. E a agenda de apresentações dura o ano todo. “Nossa maior vitória foi ver o maracatu, enquanto manifestação, extrapolar a redoma do Carnaval. Há algum tempo alguém me disse que o maracatu se dividia em duas partes: antes e depois de Nação. E é exatamente isso”, diz Amélia.

Ainda dentro das comemorações de aniversário, o grupo está trabalhando na montagem de um novo espetáculo: “Rádio Nação - Pernambuco falando para o mundo”. Além de um projeto, que está em fase de captação de recursos para a gravação do 1° DVD do Maracatu Nação Pernambuco, e também um livro de fotografias.

Mostra de dança com mais atrações

A VII Mostra Brasileira de Dança dá continuidade a sua programação com sessões amanhã e sábado, sempre às 19h, no Teatro de Santa Isabel. O evento, idealizado pelos produtores Paulo de Castro e Íris Macedo, encerra a temporada de apresentações com grupos de dança de estilos bastante diversificados, sendo em sua maioria, grupos e companhias pernambucanas. As únicas exceções são a companhia do Ballet Eliana Cavalcanti, de Maceió, e a Escola Municipal de Ballet Professor Roosevelt Pimenta, de Natal, que se apresentam, respectivamente, nos mesmos dias das demais.

A segunda etapa da mostra prioriza a apresentação de equipes iniciantes, mesclando com grupos já profissionais, uma das características do evento. Entre os destaques da programação de amanhã estão os pernambucanos do Grupo Endança, o Núcleo de Formação em Dança Espaço Experimental e a Cia. Pernambucana de Sapateado. Já no sábado, o palco do Santa Isabel recebe companhias que vão da Dança do ventre ao Balé Clássico. Destaque para o grupo Gesttus de Dança contemporânea.

Serviço
VII Mostra Brasileira de Dança
Teatro de Santa Isabel
Ingressos - R$15 (inteira) e R$ 7,50 (meia-entrada)
Telefone: 3224-1020

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 23/07/2009

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Rafinha do CQC faz sucesso em PE

Foto: Arthur Mota
Ninguém, em sã consciência, gosta de ser insultado. Porém, para as pessoas que lotaram as duas sessões (com ingressos esgotados, a produção abriu uma sessão extra) do stand up comedy “A Arte do Insulto”, ontem no teatro da UFPE, isso não parece ser problema. Mérito atribuído ao humorista, ator, e jornalista, Rafinha Bastos, que ao longo de aproximadamente 60 minutos consegue fazer a plateia rir de si própria, e também de temas delicados como religião, preconceito racial, pena de morte, entre outros.

Para conseguir tal façanha, sem que ninguém sinta-se realmente “insultado”, Bastos - que ganhou projeção nacional como um dos apresentadores do programa Custe o Que Custas (CQC), da rede Bandeirantes - começa o show fazendo graça de sua própria condição. Gaúcho e judeu, as piadas sobre circuncisão e a opção sexual dos seus conterrâneos são inevitáveis. A estratégia acaba aproximando o humorista do público, que seguem o espetáculo em sintonia, como se fosse, na verdade, uma conversa - que é de fato a característica desse tipo de espetáculo.

Conhecido pelo humor ácido e irritadiço (bastante parecido com o tipo de humor contido nos textos da apresentadora e roteirista Fernanda Young), até sua falta de tolerância para alguns assuntos viram motivo de piada. Seja a falta de paciência com as filas preferênciais no banco, a indisponibilidade para acordar cedo, ou até mesmo a aversão a fotografia durante o show - que o diga o fotografo desse jornal, que acabou ganhando uma sentada no colo do artista - acabam tornado-se temas do espetáculo, e graças ao carisma de Rafinha.

Ao final da apresentação o saldo foi bastante positivo, ainda que alguns fãs tenham saído um pouco desapontados. “Senti falta de críticas mais políticas, que são bem característica dele no CQC. Mas ainda assim gostei bastante do show” comentou a empresária, Joana Halley. Em resumo, “A arte do insulto” acaba sendo um programa bastante agradável para um final de domingo, isso se você não tiver nascido em Rondônia. Esses sim, talvez tenham sido “insultados”.

* A matéria foi capa e publicada no caderno "Geral" da Folha de Pernambuco de 20/07/2009

Renata Arruda fez show para todos gostos

Foto: Bruno Campos
Se existe um adjetivo a ser dado ao repertório do show que a cantora Renata Arruda apresentou na última sexta-feira, no teatro da UFPE, é eclético. A paraibana fez bonito ao cantar para uma plateia pequena, mas fiel, que compareceu ao teatro e entoou sucessos do CD: “Deixa”. É bem verdade que o “excesso” de estilos distintos faz o show oscilar entre momentos bastante interessantes - como no arranjo da música “Ninguém vai tirar você de mim” até outros um tanto quanto monótonos. Porém, é inegável que a voz potente de Renata é seu grande trunfo, e que seja cantando samba, baladas românticas, e até mesmo carimbó, a cantora dá conta do recado.

Acompanhada pelos músicos Juno Moraes (guitarra), Alexandre Cavallo (baixo) e Calos César (bateria), Renata apresentou algumas de suas mais novas composições, como “Palavra escrita”, “Rota” e a bem humorada “Vitamina”. Entre uma música e outra, a cantora agradou recitando seu poema “Entra”.

Ao som de “É ouro pra mim”, já no bis, uma debandada de fãs correu para beira do palco, filmando e fotografando Renata. Enquanto outra parte já se aglomerava na fila do camarim. Renata prontamente retribuiu o carinho oferecendo ao Recife o xote “Se avexe não”. Provando que além de ser uma cantora difícil de ser rotulada, ela tem aquilo que mais importa para um artista: o carinho dos fãs.

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 20/07/2009

domingo, 19 de julho de 2009

Decoração - Tradição carregada de requinte

O uni­ver­so da de­co­ra­ção é re­ple­to de pos­si­bi­li­da­des. De tem­pos em tem­pos, sur­gem novas ten­dên­cias, téc­ni­cas e es­ti­los, en­quan­to ou­tras caem no os­tra­cis­mo. Porém, al­guns ele­men­tos nunca saem de moda. Peças de Arte Sacra são um bom exem­plo disso. Tra­zem con­si­go o re­quin­te do an­ti­go, e ul­tra­pas­sam ques­tões re­li­gio­sas pas­san­do a ocu­par lugar de des­ta­que mesmo na casa dos mais cé­ti­cos.

Imagens, telas, ora­tó­rios, cas­ti­çais, ador­nos. Tudo pode ser in­cor­po­ra­do à de­co­ra­ção, mesmo em am­bien­tes mais mo­der­nos. O de­co­ra­dor Rob­son Chagas ex­pli­ca que o se­gre­do é usar uma peça sacra como des­ta­que em uma de­co­ra­ção mais clean. “Ainda pre­va­le­ce má­xi­ma de que menos é mais. Como as peças são sem­pre re­bus­ca­das, ta­lha­das e com cores fortes, é im­por­tan­te não co­lo­car mui­tas em um mesmo es­pa­ço. É pre­ci­so que a peça seja o des­ta­que da de­co­ra­ção, do con­trá­rio, pode tornar-se pe­sa­do e can­sa­ti­vo”, orien­ta o de­co­ra­dor. O se­gre­do para ga­ran­tir o re­quin­te e o es­ti­lo do am­bien­te, é saber a dose certa entre o novo e o an­ti­go.

De acor­do com o de­cre­to-lei n° 25/37 do Instituto do Patrimô­nio Histórico e Artístico Nacio­nal (IPHAN), peças ori­gi­nais que es­te­jam em igre­jas tom­ba­das, per­ten­centes à união, es­ta­do ou mu­ni­cí­pio, não podem ser ven­di­das - o que acaba tor­nan­do o mer­ca­do das ré­pli­cas mais re­qui­si­ta­do.

Com um pú­bli­co fiel e he­te­ro­gê­neo, vá­rias lojas es­pe­cia­li­zam-se ex­clu­si­va­men­te neste tipo de pro­du­to. “Trabalhamos com ré­pli­cas au­tên­ti­cas. Não é um ar­ti­go in­dus­tria­li­za­do, feito em série. Cada peça tem um aca­ba­men­to ar­te­sa­nal per­so­na­li­za­do, o que as torna única” ex­pli­ca a em­pre­sá­ria Vera Jucá, que já tra­ba­lha no seg­men­to há seis anos. Entre os itens mais pro­cu­ra­dos, ima­gens de san­tos e as telas do ar­tis­ta per­nam­bu­ca­no Romero de Andrade Lima. “As pes­soas gos­tam muito das peças por­que, além do sen­ti­do re­li­gio­so, elas são muito bo­ni­tas”, diz Vera, que com­ple­men­ta: “Fazemos ques­tão de tra­ba­lhar ape­nas com ar­tis­tas do Estado”.


Serviço
“Capella”
Rua da Alfândega - Paço Alfândega loja 113
Telefone: 3424-0078
www.capellaartigosreligiosos.com.br

Rafinha Bastos e a sua "Arte do Insulto" na Federal

O teatro da UFPE recebe neste domingo, às 20h, o espetáculo “A Arte do Insulto”, protagonizado pelo jornalista e ator Rafinha Bastos, um dos apresentadores do programa Custe o Que Custar (CQC), da Band. O show segue o formato de stand up comedy - gênero no qual o humorista se apresenta sozinho, de pé, sem acessórios cênicos, ou qualquer artifício visual. Na TV com o programa - onde além de apresentação ele faz matérias - e em inúmeras campanhas publicitárias, sucesso de público, e do Youtube, Rafinha vive hoje a melhor fase de sua carreira. O caderno de Programa conversou com o humorista, que falou sobre os desafios do espetáculo, sobre a carreira e o sucesso do programa CQC.

Por que “A Arte do Insulto”?
Eu botei este nome pra plateia se preparar e saber que os temas não são nada usuais. Mas não é para insultar ninguém.Quero sim, tratar de assuntos difíceis que normalmente não são vistos em shows de humor.

Apesar de ser um show de stand up comedy, o espetáculo exige muito do seu trabalho como ator?
Quando eu subo no palco, sou eu mesmo. Falo minhas histórias, faço minhas críticas, é mais um trabalho de ser eu mesmo. O material é todo escrito por mim, com base em experiências que vivi.

Assusta saber que o único artifício que você pode lançar mão no show é a sua criatividade?
Não vou mentir pra você, nunca. Eu nasci fazendo isso. Minhas experiências profissionais são todas desse tipo. É claro que é sempre muito excitante levar isso para uma plateia nova. Não assusta, o que rola é uma empolgação.

Além de ator, você também é jornalista, a decisão do STF sobre a não obrigatoriedade do diploma já virou tema de piada no espetáculo?
Tenho ficado full time com CQC e não tenho trabalhado muito com o texto. Falo de coisas atemporais. Os novos textos devem entrar no próximo espetáculo que pretendo estrear no ano que vem.

Saindo um pouco do show, na TV, com o CQC você está à frente do quadro Proteste já, responsável pela parte mais política do programa. Como é essa experiência?
Tenho muito orgulho de fazer o Proteste Já. Ele me dá possibilidade de fazer jornalismo e humor, confrontar autoridades de forma bem humorada em rede nacional.

Você foi um dos pioneiros a divulgar seu trabalho na internet. Ainda hoje, é um dos mais vistos no Youtube, mantém um blog e é twittero assíduo. É difícil administrar tantos perfis na rede?
Eu gosto muito de fazer o que faço na internet. É a oportunidade de me ligar diretamente com meu público e conversar com eles. Não é trabalho é prazer.

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 17/07/2009

Francisco Alves lembrado em musical

Um mergulho no tempo e a volta do glamour da chamada “Era do rádio” é o que define o musical “Francisco Alves - O Rei da Voz”, que estreia amanhã, às 20h, no teatro de Santa Isabel, com nova apresentação no domingo. O evento é um tributo aquele que foi um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira entre as décadas de 1920 e 1950.

Dirigido por Di Velloso, o espetáculo, que já levou mais de 20 mil pessoas a teatros do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, mostra em cena canções como “A voz”, “Ave-Maria”, “Feitiço de Oração” e “Marina”, imortalizadas pelo cantor. As música são interpretadas pelo ator Eduardo Cabús, enquanto a história de diferentes fases da vida do artistas vão sendo narradas na voz de Nancy Monçores. Como pano de fundo, acontecimentos da época, como a 1ª Guerra Mundial, o surgimento da arte moderna brasileira e a Belle Époque ajudam a construir a identidade de um artista que serve como referência até hoje. ”Francisco foi o maior mito da Música Popular Brasileira. Além de ser cantor, também fez teatro de revista, foi compositor e letrista. Foi o primeiro cantor brasileiro a ganhar fama internacional e ganhar dinheiro com a música”, conta Cabús.

Conhecido por apelidos como Chico Viola, pássaro urbano da canção, além de o rei da voz, Francisco Alves chegou a ter mais de mil músicas gravadas em seus 30 anos de carreira. Chegando a ser contratado simultaneamente por duas gravadoras. Feito inédito até então. Mesmo passado mais de meio século de sua trágica morte em um acidente de carro, Francisco Alves continua influenciando novas gerações de cantores. Tendo várias das cações, imortalizadas por sua voz, regravadas - como “Nervos de Aço” de Lupiscínio Rodrigues, que foi regravada por Leonardo. “Tem sido uma agradável surpresa o grande número de jovens que têm nos assistido nas cidades onde passamos. Eles estão realmente interessados em conhecer o trabalho desse artista maravilhoso e são sempre a maioria no teatro” diz Cabús.

Serviço
“Francisco Alves - O Rei da Voz”
Teatro de Santa Isabel
Sábado (17) e domingo (18), às 20h
Ingressos: Platéia, frisa e camarote de 1á = R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Demais lugares: R$ 30 (inteira) e R$ 15,00 (meia)

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 16/07/2009

terça-feira, 14 de julho de 2009

“Riodesaguamar” começa no LaGreca

O museu Murilo LaGreca estreia hoje a primeira exposição do projeto Amplificadores, que vem dando espaço a artistas e curadores que estão iniciando seus trabalhos no campo das artes plásticas. O projeto, que teve início em 2005, seleciona através de edital público três projetos (por edição) - que devem ser expostos ao longo do segundo semestre. Este ano a mostra, que tem a incumbência de abrir o projeto, é a “Riodesaguamar”, que tem curadoria de Fabiana Éboli, e conta com obras dos artistas Adriano Melhem, Camila Mello, Domingos Guimaraens, Nadam Guerra, Gabriela Mured, Gabriela Noujaim e do grafiteiro Marinho.

A exposição trata de questões urbanas e dos signos que identificam uma cidade. Questões particulares do Rio de Janeiro, mas que ao mesmo tempo são comuns a toda metrópole. As peças contemplam as mais diferentes linguagens, e ainda assim dialogam entre si. Fazem uma contraposição dos diferentes universos contidos em um mesmo espaço, desde expressões mais narrativas como o trabalho figurativo do artista de rua Marinho, até a poesia do trabalho de Gabriela Mureb, que costura botões de bougainville em uma de suas instalações. Além da “Riodesaguamar”, o projeto Amplificadores também selecionou as mostras “A Outra Vertigem”, que será montada em setembro como parte da programação do SPA das Artes, e “Vida Longa ao Vila Longuinhos”, que fica em cartaz no museu no mês de novembro.

Serviço:
“Riodesaguamar”
De 14 de julho a 05 de setembro
Horário: De ter a sex 9h-12h/ 14h-18h e sáb 14h às 17h
Entrada Franca

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Técnica, beleza e magia no Cirque du Soleil

Espetáculo foi apresentado ontem para convidados

Foto: Arthur Mota

Um espetáculo de tirar o fôlego. Na noite de ontem, em sua pré-estreia no Recife, o Cirque du Soleil mostrou porque foi alçado ao posto de melhor companhia de circo do mundo. Em uma sessão fechada para Imprensa e convidados, os 51 artistas que fazem parte do elenco de “Quidam” apresentaram o que foi chamado pela organização de ensaio geral. Porém, a perfeição dos movimentos, beleza técnica e artística da apresentação foi de um espetáculo de fato. Duas horas que fizeram os quase 500 jovens de organizações e entidades sociais que assistiram à apresentação embarcar num mundo de fascínio e imaginação, raro de se ver.

Um pouco antes do começo do show, Jamille Paulino, de 13 anos, aluna da ONG Escola Pernambucana de Circo não escondia a ansiedade. “Quando soube que viria ver o Cirque du Soleil quase não acreditei, comecei a gritar e fui correndo contar a minha mãe. Não queria perder por nada”, disse a menina.

E de fato “Quidam” é um espetáculo imperdível. Através dos sonhos da pequena Zoé, somos levados a embarcar numa viagem de um mundo que poderia ser de “faz de conta”, não fosse pelo fato que os personagens dessa história são pessoas reais. Ou melhor, artistas reais, que, por terem um domínio absoluto de seus corpos e de suas técnicas, chegam a nos enganar parecendo não serem reais. Uma beleza irretocável, plástica e ao mesmo tempo de uma delicadeza absoluta.

Números como “Diablos”, os famosos ioiôs chineses, desafiam a lógica da gravidade. No “Spanish Webs” os três brasileiros Jailton Carneiro, Gracilene Moura e Denise Wal causam momentos de tensão na plateia, ao fazerem acrobacias presos apenas pelo pé a uma corda. Além dos já tradicionais números acrobáticos, são nos momentos de interação com o público, em que os artistas convidam pessoas da plateia para ajudarem a fazer a história de “Quidam”, que o Cirque atinge toda sua excelência. As gargalhadas nada contidas da plateia comprovam que a companhia atingiu a dose exata de técnica, beleza, magia e talento.

* A matéria foi capa e publicada no caderno "Geral" da Folha de Pernambuco de 09/07/2009

Chega ao Recife o Cirque du Soleil

“Quidam”, a história da sonhadora Zoé, começa a ser encenada amanhã

É chegado o fim de uma longa espera. O Cirque du Soleil estreia amanhã a temporada recifense do espetáculo “Quidam”, que fica em cartaz na Cidade durante as próximas três semanas. Hoje o grupo faz a sua pré-estreia (uma espécie de ensaio geral) fechada para Imprensa e convidados. Esta é a primeira vez que uma turnê da trupe canadense considerada a mais importante companhia de circo do mundo, passa pelo Nordeste. Antes de Recife/Olinda, o Cirque montou sua lona em Fortaleza, e logo depois da temporada local, segue para Salvador e mais seis cidades no Sul e Sudeste do País.

Entre alguns dos ilustres convidados, da sessão de hoje à noite, estão 140 alunos da ONG Escola Pernambucana de Circo (EPC), que vão poder assistir de perto a história de Zoé, a menina sonhadora que, cansada de seu pequeno universo, embarca na magia de “Quidam”. “Estão todos ansiosos e com muita expectativa. Esse será um momento de alegria e realização de um sonho” disse a Coordenadora Geral da EPC, Fátima Pontes.

A parceria entre a EPC e o Cirque du Soleil não é de hoje. A ONG faz parte da Rede Circo do Mundo Brasil - articulação de organizações que trabalham com a pedagogia do circo-social. Para a ocasião da pré-estreia, jovens artistas da EPC pintaram um enorme painel de grafite, inspirado no espetáculo “Quidam” que ficará exposto na lona principal do Cirque. O painel será leiloado ao final da temporada de apresentações e o dinheiro levantado com a venda será repassado às instituições EPC e a Arrircirco, para que continuem com a manutenção de suas atividades.

A ideia é possibilitar a esses jovens, que vivem em situação de vunerabilidade social, a oportunidade de conhecer o trabalho de artistas que atingiram um nível técnico de excelência. Fomentando nesses jovens talentos valores como, superação, disciplina, concentração e espírito de equipe. Fatores decisivos no que diz respeito ao sucesso do trabalho de ressocialização realizado por essas instituições.

INGRESSOS

Há pouco mais de três meses, quando começaram a ser vendidos os ingressos para o espetáculo “Quidam” do Cirque du Soleil, os valores cobrados pela organização do evento causaram polêmica tanto entre a Imprensa local, quanto entre público que considerou os preços exorbitantes. A princípio o valor mais barato estava em R$ 230 e o mais caro em R$490, sem considerar as taxas, variando de acordo com a localização dos lugares. Agora, às vésperas da estreia a organização lançou preços promocionais para os ingressos, sendo R$300 (inteira) e R$150 (meia-entrada). As especulações sobre as vendas são muitas, mas a organização não divulga nenhuma informação oficial a respeito da decisão de baixar os valores.

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 08/07/2009

A nova “cara” do Santa Isabel

A produtora Simone Figueiredo assume a direção do teatro disposta ao trabalho

O Teatro de Santa Isabel, um dos mais importantes patrimônios histórico-culturais da cidade, está sob nova direção desde a última quarta-feira. Recém chegada na casa, a atriz e produtora teatral Simone Figueiredo não esconde o entusiasmo em assumir a gestão do teatro o qual, por tantos anos, teve como sua própria casa.

Mal chegou, e já cuidou de fazer um giro pelo prédio para checar pessoalmente cada detalhe e verificar o que precisa ser feito. Em seu primeiro dia como diretora do teatro, Simone foi recepcionada pelo Secretário de Cultura da cidade, Renato L, em uma reunião de boas vindas que serviu para apresentá-la à parte de sua equipe.

“Ainda estou tomando pé de toda situação, em dois dias de trabalho posso dizer que já estou a par de 80% do trabalho”, disse Simone. É claro que tudo ainda está muito no começo, mas os planos e as sugestões para futuras ações no teatro já estão fervilhando na cabeça da diretora. “Temos que tratar a programação do Santa Isabel com todas as especificidades que um teatro monumento precisa ter”, diz Simone lembrando o fato do Santa Isabel ser um dos 14 teatros monumento do País, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O desafio é grande e, para encará-lo, Simone conta com uma equipe veterana de 61 funcionários. “São pessoas que estão aqui há mais de 30 anos e que devem ser ouvidas porque têm um amor muito grande pelo teatro e sabem o que é melhor para ele”, diz Simone, que na sexta-feira teve uma nova reunião, dessa vez para conversar com a equipe completa. Entre alguns destes funcionários estão Fernando Felipe e Ariel Venecas, responsáveis pela parte de revitalização e conservação do patrimônio material do teatro. Ambos trabalham no Santa Isabel desde que o prédio passou por sua última restauração, em 2000, e destacam a importância da manutenção desse trabalho. “Devido à movimentação que é muito grande, nosso acervo requer um cuidado constante. É preciso fazer um trabalho que tenha continuidade”, diz Fernando.

A conservação do local, aliás, é um dos aspectos que Simone pretende abordar em sua gestão. “Vamos trabalhar a questão da educação patrimonial, que é fundamental para a preservação do patrimônio”, explica a diretora. Para isso, a ideia é desenvolver um projeto de visitas guiadas para escolas e turistas em geral, de maneira que possa ser feito desde de cedo um trabalho de conscientização de gerações futuras.

Por enquanto, nada está confirmado ainda. Mas por certo, as estratégias de viabilização desses projetos deverão ser discutidas em conjunto com o secretário de cultura e com os diretores de todos os equipamentos culturais do município (entre eles, Cira Ramos, que recentemente assumiu a direção do teatro Barreto Júnior), de forma que se possa desenvolver um trabalho conjunto no âmbito das artes cênicas no Recife.

Quem é a atual diretora?

Foto:Arthur Mota
Simone Figueiredo formou-se em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Pernambuco e tem especialização em Gestão Pública. Ao longo de mais de 25 anos de carreira como funcionária pública sempre desempenhou atividades diretamente relacionadas à área de cultura. Já esteve à frente da organização do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), foi programadora da Casa da Cultura, e diretora de Ações da Fundarpe. Como assessora especial de Ariano Suassuna, ficou um ano na direção do Teatro Arraial.

Na Fundação de Cultura Cidade do Recife, ocupou os cargos de presidente, assessora especial e diretora de Ação Cultural. O último posto ocupado por Simone foi de assessora técnica de cultura do Complexo Turístico Cultural Recife-Olinda, função que exerceu até o mês passado.

Além da carreira pública, Simone também atua como produtora cultural à frente da Ilusionistas Corporações Artísticas, empresa que preside, e que completou 25 anos de fundação este ano, comemorados com a mostra teatral “Universo Antunes Filho”. Como atriz, Simone teve experiências no teatro e também no cinema, mas a carreira nos palcos acabou ficando em segundo plano. Seu último trabalho com atriz foi em 2006, uma participação no curta metragem “Incenso”, de Marco Hanois.

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 06/07/2009

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Entre os muros do apartamento

A difícil arte da convivência quando se divide o mesmo teto

Foto: Jedson Nobre
Administrar temperamentos, comportamentos e hábitos diferentes é sempre difícil, seja em família ou no trabalho. Dividir o mesmo teto, nem se fala - mesmo com amigos de longa data e quando se sonha com a independência. O que não significa que ninguém precise deixar de tentar, já pensando em futuras possíveis dificuldades. Mas, qual o segredo para encontrar a fórmula da convivência perfeita? A resposta exata, talvez, seja difícil encontrar. Tentar ser paciente, manter os diálogos abertos e (atenção a este detalhe!) buscar afinidades com os futuros colegas de apartamento, casa ou quarto, já é um bom começo. Questão mesmo de bom senso.

Os amigos Paulo Pereira, Thiago Megale e Sérgio Leão, por exemplo, vivem em perfeita harmonia. Tamanha empatia deve-se, principalmente, ao fato dos três compartilharem de uma mesma paixão. Apesar de acumularem várias atividades, todos têm a música como interesse comum e um dos principais fatores de aproximação. “Temos gostos parecidos e todos tocam algum instrumento. Se bem que Sérgio quer aprender bateria, e baterista iniciante é aquela coisa, né? Isto vamos ter que negociar”, brinca Thiago.

Os três têm horários pouco convencionais estão satisfeitos com a localização da nova moradia e com uma estrutura pela qual podem pagar. “A sinergia e o astral que foram criados no ambiente é que ajuda a manter a sociedade”, diz Paulo. No apartamento, batizado por eles de “Castelo de Greyskull”, o entrosamento é tão grande que a rede de relacionamentos acabou sendo triplicada. Amigos e namoradas são presença constante. “Temos até um colchão na sala para os amigos”, lembra Sérgio.

Mas, óbvio, nem tudo são flores. A correria do dia a dia acaba atrapalhando nas resoluções domésticas. “Às vezes ficamos de sentar para conversar sobre coisas sérias como reparos, acerto de contas e tudo mais”, explica Paulo. As decisões, mesmo estando sob o mesmo teto, acontecem muitas vezes pela Internet. Ainda assim, certos “problemas” são inevitáveis. “O entulho do quartinho vai fazer aniversário, qualquer dia desses sai um mico leão dourado de lá”, lembra Thiago.
Foto: Maurício Ferry
Em outro apartamento da cidade, as amigas Marina Torres e Lana Tavares compartilham a mesma experiência. Depois de se conhecerem na faculdade de Relações Públicas cada uma seguiu seu caminho. Se reencontraram, ambas procurando com quem dividir as despesas de uma casa. A princípio, a experiência deveria durar três meses, mas elas decidiriam seguir em frente. “Como morei muito tempo só, não sabia como seria para eu ter outra pessoa em casa”, disse Marina.

O que acabou acontecendo foi que um certo “alguém” acabou ganhando espaço na casa - com direito a chaves e um quarto. Giselly Veras acaba ficando mais tempo no local que as próprias “donas”. “Ela está aqui praticamente todos os dias. Como eu já morava aqui, Lana se adaptou a minha rotina e aos meus amigos. Isso foi um lado bom”, explica Marina.

Mas é claro que tantas mulheres sob o mesmo teto de vez em quando sempre pintam alguns momentos de tensão. “Mulher é um bicho complicado mesmo, para amenizar, temos nosso amigo Célio, que nos agüenta e está sempre por lá”.

Esse tipo de problema é uma verdadeira raridade no apartamento masculino. E isso eles fazem questãode frisar. “Homens são mais cúmplices”, diz Sérgio. “Só o fato de ninguém estar com TPM já facilita um bocado” completa Thiago.

Tudo em seu lugar

O consultor de etiqueta, Marcos Sales, dá algumas dicas para ajudar convívio sob o mesmo teto.

Cozinha:
Determinar um cardápio do que é de consumo comum e um teto para a contribuição. Comidinhas especiais ficam por conta de cada um.

Banheiro:
Nada de peças íntimas penduradas no chuveiro, nem de roupa suja largada pelo chão. Higiene é fundamental. Mulheres, atenção com os cabelos. É de bom tom checar sempre se não ficaram alguns fios esquecidos no chão.

Sala (e outras àreas comuns):
Se não houver uma faxineira, determinar uma escala de atividades para que ninguém fique sobrecarregado. Se for oferecer um jantar, o mais apropriado é convidar todos na casa. Cabe a cada um decidir sobre sua participação.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Está armada a tenda do Cirque du Soleil

Foto: Sérgio Bernardo
O Cirque du Soleil fincou efetivamente (e pelas próximas três semanas) suas estacas em solo recifense. Na tarde de ontem a equipe técnica do grupo recebeu a Imprensa local para o "Big Top Raising", uma espécie de "cerimônia" onde a lona é erguida em menos de cinco minutos.

Em se tratando de uma das maiores companhias de circo do mundo, a expectativa costuma ser sempre muito grande. Mas para a surpresa dos presentes o que se viu foi uma lona não muito diferente de tantas outras, mesmo de circos bem menores, e de menor fama. Porém, em se tratando do Cirque du Soleil, o que talvez impressione mais são mesmo os números. Depois de erguida a lona terá capacidade para receber 2,6 mil espectadores em cada apresentação, a estrutura ocupa um diâmetro de 50 metros e 25 metros de altura. Ao todo são 160 vigas e mais de 1.200 estacas que reforçam o aparato de ferro e plástico.

A equipe - com gente de 23 nacionalidades - tem um brasileiro à frente do processo de montagem. Eduardo Salvo já está no Cirque há 6 anos, e é o responsável técnico pela montagem, manutenção e desmontagem das cinco lonas que abrigam toda a estrutura da trupe. O trabalho de montagem continua até a próxima terça-feira, quando finalmente toda a estrutura deve ficar pronta para o ensaio geral, na quarta-feira.

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 03/07/2009