segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Nação Zumbi teve sua redenção

Foi tudo planejado para que fosse uma noite grandiosa. A prévia de um dos blocos mais irreverentes do carnaval pernambucano, o “Enquanto Isso na Sala da Justiça” (SJ), comemora 15 anos de folia e para celebrar a data, trouxe nomes de peso. A sambista carioca Mart’nália era a principal convidada, mas até a cantora deve ter reconhecido que a noite foi mesmo da Nação Zumbi.

Ainda era cedo quando a Orquestra do Homem da Meia Noite começou a arrastar os primeiros foliões fantasiados pelo pavilhão do Centro de Convenções, na noite do último sábado. Homens-Aranha, Wolverines e Super-homens se misturavam na multidão às fantasias mais inusitadas. Onde mais poderia acontecer um encontro de Axel Rose, Michael Jackson, Freddie Mercury e Slash?

Na sequência, a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério e o maestro Forró fizeram todo mundo cair no frevo, com arranjos estilizados que misturam o ritmo com rock, valsa e até jazz. Ao lado do maestro, Fred 04 fez sua primeira aparição da noite (seriam três ao todo), cantando a música “Meu Esquema”, da mundo livre S/A.

Passava da meia noite quando Mart’nália subiu ao palco cantando “Don’t Worry, Be Happy”. Fantasiada de Zorro, a cantora bem que tentou entrar no clima da festa, mas acabou fazendo um show para um público de certa forma disperso, que só vibrou mesmo quando a carioca embalou clássicos do samba, de seu pai, Martinho da Vila, como “Ex Amor” e “Mulheres”. “Vou cantar umas lá de casa”, disparou a cantora, brincando.

Mas a apoteose do baile de debutante da SJ aconteceu mesmo com a entrada da Nação Zumbi. Depois de terem feito um show que frustrou a maioria dos fãs na gravação do DVD em comemoração aos 15 anos do “Da Lama ao Caos”, em dezembro, durante a Feira Música Brasil, a Nação parece ter tido a chance de sua redenção. Fizeram um show com o peso nas alfaias que a ocasião merecia.

Bastou Jorge Du Peixe soltar “Modernizar o passado, é uma evolução musical”, para a multidão se espremer diante do palco. “Banditismo por uma questão de classe” foi só o prelúdio do que estava por vir. A Nação fez um show consistente e tecnicamente perfeito.

Dessa vez, os convidados BNegão e Fred 04 deram ainda mais peso às interpretações de “Samba Makossa” e “Da Lama ao Caos”, “Maracatu de Tiro Certeiro” e “Antene-se”. Mesmo com a ausência sentida de “Meu Maracatu Pesa uma Tonelada” no set list, ouvir “Risoflora” fez os fãs lavarem a alma. Para quem ainda teve fôlego, o Original Olinda Style da banda Eddie encerrou a festa.

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 08/02/2010

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Projeto Lo-Fi é música boa e feita em casa

Coletânea virtual “Recife Lo-Fi” será lançada amanhã, às 22h, no bar Quintal do Lima

Pare e pense no que é preciso para se fazer música de qualidade. Certamente, a resposta mais frequente é: Talento! E esse elemento é, por certo, um dos pontos de interseção entre os artistas que estão reunidos na coletânea virtual “Recife Lo-Fi”, que será lançada amanhã, às 22h, no bar Quintal do Lima. O outro ponto de interseção, que levou o músico Zeca Viana (baterista da Volver) a juntar essa galera, é o fato de todos eles terem gravado suas músicas em estilo lo-fi, em casa, com celular, ou no home estúdio de amigos.

“Passando uma temporada em São Paulo com a Volver, sempre me perguntavam o que havia de novo na cena musical de Pernambuco. Eu acabava indicando um ou outro, e acabei percebendo que muitas bandas tinham trabalhos gravados em casa, e algumas até, nunca tinham feito shows”, disse Zeca, que idealizou o projeto com o intuito de dar vazão e visibilidade ao que está sendo produzido por esses novos artistas.

Ao projeto, juntaram-se parceiros de peso, como Recife Rock, Coquetel Molotov, a revista O Grito, a paulista Agência Alavanca, e a gravadora Trama Virtual, que se encarregou do lançamento nacional da coletânea, disponibilizando ainda a compilação para download no site (www. tramavirtual.com. br).

Ao todo, a coletânea reúne 21 composições de bandas - e também de artistas solo - da nova cena musical pernambucana. Entre os nomes escolhidos, alguns já conhecidos do grande público como o rock de “Johnny Hooker & Candeias Rock City”, que se apresentou no Abril pro Rock do ano passado, e o som eletrônico da banda “Julia Says”, que entre outros, passou pelo palco do Rec Beat. “ Procuramos fazer um mix de diferentes estilos, e também de gente que já faz shows, com quem nunca se apresentou para o grande público” frisou Zeca.

Gente como a jovem Lina Jamir, que assina a faixa sete da coletânea intitulada “Terra Gira”. Misturando música eletrônica com MPB, a garota é uma das apostas do projeto.

Além do site da Trama Virtual, as músicas selecionadas também estão no blog do projeto (recifelofi.blogspot.com), que além de disponibilizar os links para download, também traz depoimentos dos artistas relatando como foi a experiência de gravação de suas composições em estúdios caseiros.De acordo com o baterista, o grupo já trabalha na seleção de artistas para uma segunda coletânea que deverá ser lançada no segundo semestre. Os interessados em participar podem encaminhar seus trabalhos para o e-mail descrito no blog e aguardar a nova seleção.

Para a festa de amanhã foram escolhidos quatro nomes que compõem a coletânea para as apresentações. Gleisson Jones, Julia Says, Ex exus, e o próprio Zeca Viana, que apresenta seu trabalho solo. Além de discotecagem de Vivi Menezes, Mucuri, D Mingus e Jarmeson de Lima.

Serviço

Lançamento Coletânea Recife Lo-Fi

Amanhã (5), às 22h

Bar Quintal do Lima

Ingressos: R$5

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 04/02/2010

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A supremacia de um bom texto

Há tempos andava meio cética em relação ao riso. Em tempos de “stand ups” e o sucesso da comédia pastelão esvaída de sentido, é comum ver no teatro uma plateia que se obriga a rir porque pagou ingresso para isso. É um riso nervoso e quase que forçado, eu diria. Na última sexta-feira (29), na primeira das duas apresentações do espetáculo “O Púlcaro Búlgaro” (encerrando a programação do 16º Janeiro de Grandes Espetáculos), o que se viu foi exatamente o oposto: uma plateia totalmente imersa no jogo de palavras sedutor e redundante feito pelo atores em cena.

A montagem dirigida por Aderbal Freire-Filho, a partir da adaptação do romance hormônio do autor mineiro Walter Campos de Carvalho, tem o tom exato para fazer rir da forma mais inteligente. Saem as firulas, e as piadas óbvias e preconceituosas - ainda que por ventura, alguém possa não ter gostado da cena em que o personagem Hilário é assaltado sorrateiramente por um Nordestino que encontrou casualmente em Copacabana - e prevalece o raciocínio intricado, que para contar uma história absurda, usa referências históricas reais.

Estruturada como se cada ator fosse narrador de suas próprias personagens, o espetáculo apresenta ao público as anotações do diário de Hilário, um homem que resolve organizar uma expedição para verificar se a Bulgária de fato existe. Depois de publicar um anúncio no jornal convocando expedicionários, juntam-se a ele os tipos mais estranhos e bizarros.

Os atores Ana Barroso, Cândido Damm, Gillray Coutinho, Isio Ghelman e José Mauro Brant fazem um verdadeiro, e brilhante, rodízio de personagens. Com destaque digno de registro para interpretação impagável Gillray Coutinho, como um professor de bugarologia e bugarosofia, que tem um gato na mão.

* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 01/02/2010

No ritmo da beleza

Dançar é uma boa opção para queimar as gordurinhas

Verão, férias, Carnaval... Os motivos são muitos para querer garantir a boa forma. Mas cá entre nós, é bem verdade que muitas vezes bate aquela preguicinha de encarar a academia. Para muitas pessoas, a rotina aeróbica não pode ser definida como atrativa. Pensando nisso, muitas academias encontraram na dança uma forma de fidelizar um público diferenciado, além de diversificar o quadro de opções oferecidas. Atividade aeróbica de alta eficácia, o exercício conquistou adeptos de variadas idades em muitas academias da Cidade.

Os ritmos são os mais diversos: forró, axé e funk encabeçam a lista dos mais pedidos. Mas nesta época do ano, a procura por ritmos pernambucanos costuma aumentar bastante. “Perto do Carnaval, as pessoas querem aprender maracatu, frevo, caboclinho para fazer bonito”, diz o professor Sílvio Mangueira, que atualmente dá aula para três turmas - média de 30 alunos, cada. A modalidade de aulas chamada de aerodance, ou aeropop, já é uma verdadeira febre entre os alunos que querem perder peso de uma forma mais divertida.

“A aula tem duração de um hora e, como os ritmos são bastante fortes e acelerados - característica que configura a atividade aeróbica - ajudam muito na perda de peso. Dependendo do metabolismo de cada pessoa, pode-se perder em média de 400 a 600 calorias por aula”, explica o professor.

A dança ainda traz outras vantagens. Além de ser excelente na queima das gordurinhas, é uma forma lúdica de se praticar atividade física. Sem contar que não tem nenhuma contra-indicação. “Qualquer tipo de pessoa pode acompanhar a aula. De jovem a pessoas mais idosas, o objetivo é se divertir. Tenho alunas que costumam falar que eu sou o terapeuta delas. Para quem vive estressado com trabalho, essa é a melhor forma de extravasar”, brinca Sílvio.

As aulas são todas coreografadas com as músicas “do momento”. A comerciante Josilene Francisca é adepta da modalidade há quase 10 anos e ao longo desse tempo conquistou excelentes resultados. “Cheguei a perder 10 quilos apenas com a dança. Somente agora que comecei a conciliar a dança com a musculação. Gosto da dança porque ao mesmo tempo que você malha, você também se diverte”, explica Josilene.

A paixão é tanta que a comerciante acompanha o professor aonde ele for. E além de ser fiel ao mentor, ainda leva as amigas para aprender os passos na malhação. “Já levei quatro amigas para as aulas. Geralmente no começo é difícil até a pessoa conseguir aprender os passos e acompanhar tudo. Tem que gostar de dançar. Mas depois é legal porque usamos as coreografias nas saídas a noite. A gente tem um grupinho e normalmente sempre me pedem para puxar um passo”.


Serviço
Hi Academia
Fones: 3269 2206 / 3341 2938/ 3442 6402

www.hiacademia.com.br


* A matéria foi publicada no caderno "Programa" da Folha de Pernambuco de 31/01/2010