quarta-feira, 19 de maio de 2010

Bibi, magistral, encanta público no Santa Isabel

Há poucos dias de completar seu 88° aniversário, Bibi Ferreira emocionou os convidados da festa de outro importante aniversariante, o teatro de Santa Isabel. Celebrando os 160 anos daquele que é um dos 14 teatros-monumentos do País, a grande dama apresentou, na noite de ontem, o espetáculo “Bibi IV”, acompanhada dos músicos da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR), que comemora seus 80 anos de existência.

Numa festa com tantas comemorações, até mesmo a plateia tem grande importância. Na primeira frisa do teatro, nomes à altura de Bibi. As amigas Nathalia Timberg e Rosa Maria Murtinho prestigiaram a apresentação acompanhadas da diretora do Santa Isabel, Simone Figueredo. No camarote ao lado, a grande dama do teatro pernambucano, Geninha da Rosa Borges, também estava presente, com o secretário de Cultura do Recife, Renato L.

Bibi adentrou ao palco com a serenidade que lhe é peculiar, agradeceu ao convite e apresentou seu maestro, Flávio Mendes, e os músicos de sua banda carioca, que acompanharam a OSR. Bastou soltar a voz na primeira canção, “Carinhoso”, de Pixinguinha, que o público pode confirmar que ela continua a mesma. Uma intérprete como poucas. “A nossa música popular é muito rica. Há 27 anos que não canto em português, vivo às custas de Madame Piaf. Hoje vou cantar canções que nunca cantei em público”, confessou a “cantriz” - como costuma-se chamá-la.

Um dos momentos mais impactantes da apresentação foi, sem dúvida, quando interpretou o 2° solilóquio de “Gota D’água”, composição de Chico Buarque. Os versos “eu sou onda solta e tão forte quanto eles me imaginam fraca” caíram como a tradução imagética do que ainda é a presença de Bibi no palco. Seguindo o show, Bibi entoou alguns fados. Homenagendo o centenário de nascimento de Noel Rosa, Bibi incluiu alguns sucessos do grande letrista no repertório.

E, ao se perder um pouco no ritmo de “Conversa de Botequim”, sorriu dizendo que essa era a primeira vez que cantava aquela música em público. Encerrando a apresentação, não podiam faltar as canções de Edith Piaf. E, antes do bis de “La vie en rose”, fez uma singela homenagem à Cidade cantando “Recife, Cidade Lendária”, de Capiba.

* A matéria foi publicada no caderno "Geral" da Folha de Pernambuco de 19/05/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário